Preço da gasolina pode disparar devido a guerra na Ucrânia

Ao chegar no décimo dia, a guerra entre Rússia e Ucrânia deve impactar diretamente no bolso dos brasileiros

Preço da gasolina pode disparar devido a guerra na Ucrânia
Sine Itabira oferece vaga para frentista. Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil

A guerra entre Rússia e Ucrânia já chega ao seu décimo dia e, ao que tudo indica, deverá impactar no aumento do preço da gasolina no Brasil. O barril de petróleo deverá se manter acima dos US$ 100 (aproximadamente R$ 500) durante os próximos meses, não importando o tempo de duração do conflito.

Nesta semana, a previsão é que esse valor chegue a bater U$ 139 (cerca de R$ 696), o maior patamar de preço atingido nos últimos 14 anos. Dessa maneira, os Estados Unidos anunciaram um boicote às importações de petróleo da Rússia o que causou a defasagem de preços da Petrobras em 40%.

Entretanto, atualmente, o Brasil passa por uma grande incerteza sobre o que vai acontecer com os preços dos combustíveis e do gás de cozinha. O presidente Jair Bolsonaro (PL), considerando ser um ano eleitoral, já sinalizou que não vai deixar a Petrobras repassar integralmente a alta do petróleo ao mercado interno.

Assim, o governo federal estuda dois caminhos possíveis para conseguir limitar a alta dos combustíveis. A primeira possibilidade é congelar os preços por até seis meses, deixando a conta para a Petrobras pagar sozinha. O segundo caminho seria utilizar o Tesouro Nacional para subsidiar os combustíveis, por meio dos recursos dos dividendos pagos pela Petrobras à União.

Em fevereiro, a empresa distribuiu cerca de R$ 101 bilhões em dividendos referentes ao resultado de 2021, o maior da sua história, com cerca de 28% deste montante sendo destinado à União. Porém, nenhum dos dois caminhos agrada ao mercado. O congelamento de preços penalizaria o valor da Petrobras e os acionistas minoritários. Já o subsídio teria impacto negativo para o equilíbrio das contas públicas.

Em um discurso realizado no Palácio do Planalto na última segunda-feira (7), o presidente voltou a criticar a política de preços da Petrobras. “Tem legislação errada, feita lá atrás, que você tem paridade com preço internacional. O que é tirado do petróleo leva-se em conta o preço fora do Brasil, isso não pode continuar acontecendo. Estamos vendo isso aí sem mexer, sem nenhum sobressalto no mercado”.

Se for mantida a política de preços da Petrobras, o aumento da gasolina e de outros combustíveis deverá ser notado logo. A única explicação dada pelos especialistas para ainda não ter acontecido o aumento de preços nas bolsas, é justamente pelo câmbio que se valorizou.