Preço do arroz dispara e pacote de 5kg chega a custar quase R$ 30 em Itabira

Alta do dólar, período de entressafra e aumento da demanda são alguns dos motivos para a elevação no preço do arroz

Preço do arroz dispara e pacote de 5kg chega a custar quase R$ 30 em Itabira
Foto: Victor Eduardo/DeFato Online
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Neste período de pandemia, muita coisa parou, mas a necessidade de continuar comprando os itens básicos para o dia a dia do brasileiro não deu uma trégua. Nas últimas semanas, vários alimentos viram seus preços subirem substancialmente, mas um, em especial, tem gerado muita discussão entre os itabiranos: o preço do arroz.

Na tarde de ontem (8), a reportagem da DeFato Online foi às ruas para saber como estão os preços, que variam, claro, de marca para marca. Em dois supermercados, um na Esplanada da Estação e outro do centro, por exemplo, os valores variam entre R$ 19,90 (o mais barato) e R$ 27,90, uma diferença de 40% entre um preço e outro. Ambos se referem a pacotes tipo 1, de 5kg.

Em um terceiro supermercado, localizado na João Pinheiro, o mais barato custa R$ 16,90, enquanto o mais caro gira em torno de R$ 24,00, uma variação de 41% entre os preços. Por fim, em uma rede de atacados itabirana os valores variam entre R$ 18,20 e R$ 27,90, uma diferença de 53%.

Essa inflação tem obrigado muita gente a se debruçar na calculadora e encontrar maneiras de economizar. A cozinheira Maria Aparecida, por exemplo, está sem trabalhar atualmente por conta da pandemia e se vê obrigada a cortar os gastos para equilibrar a compra cara com a falta do salário.

“O pacote de arroz que eu estava comprando por R$ 19,80 foi para quase R$ 27. Estou tendo que comprar menos, se a gente não conseguir misturar a água com o fubá o angu não sai”, relata Maria Aparecida.

Quem também está sofrendo com este problema é a dona de casa Niva Oliveira. Tendo como única fonte de renda no momento o auxílio emergencial, Niva também teve de reduzir drasticamente o volume das compras.

“Depois da chegada da pandemia o preço subiu muito, antes não estava tão alto, não. Como o dinheiro é pouco, apenas o auxílio, tenho que diminuir o máximo. Arroz, carne e óleo são os mais caros, um arroz que antes era R$ 10, hoje está o dobro”, explica.

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Dependendo apenas do auxílio emergencial, Niva Oliveira tem tentado se virar para equilibrar as contas. Foto: DeFato Online

Cestas básicas

Uma alternativa para fugir desta súbita alta nos preços pode ser a compra de cestas básicas. Mesmo também sendo atingido pela inflação (segundo levantamento do Dieese, houve um aumento em 13 das 17 capitais pesquisadas), o conjunto de alimentos pode suprir a demanda dos itabiranos por um custo-benefício mais atraente.

De acordo com uma apuração da DeFato Online, supermercados da região ofertam cestas que vão de R$ 65 a R$ 152,90 (estas mais completas), o que representa o dobro do preço e uma diferença aproximada de 135%. Calculando um preço médio para cada um dos 15 itens (açúcar, arroz, macarrão, óleo de soja etc) da cesta de R$ 69, por exemplo, o valor giraria em torno de R$ 4,70 cada.

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Foto: Victor Eduardo/DeFato Online

A interferência do câmbio

Segundo o proprietário do Nova Europa, Deivison Lage, o aumento no valor dos produtos se deve a um conjunto de fatores, como a alta do câmbio e a demanda.

Várias coisas interferem. Você tem a questão do câmbio, que interfere muito tanto nos produtos que são exportados e a gente paga em dólar, quanto nos importados, frutos do que o brasileiro planta, colhe e vende. De qualquer forma, tudo vai sendo balizado pelo dólar. Também tem a questão da demanda de outros países e a própria demanda interna, que está muito alta. Então é um conjunto de fatores”, explica o empresário.

Um temor durante o período de pandemia era sobre a falta de produtos, já que a procura seria muito alta, especialmente por aqueles que desejavam produzir estoques. Deivison Lage citou quais alternativas foram utilizadas para fugir deste problema.

“Diante deste cenário, a gente procurou aumentar ainda mais o nível de estoque, que já era alto. Não chegamos a ter ruptura de muitos produtos, exceto no início da crise, quando faltou álcool em gel. Por conta disso, tentamos dar uma compensada na compra, para podermos abastecer melhor a população”, conclui.