Prefeito de Ouro Preto cutuca Zema sutilmente durante entrega da Medalha da Inconfidência

Angelo Oswaldo (PV) teceu discretas críticas ao governador do estado Romeu Zema (Novo), afirmando em seu discurso o declínio do “mineirismo” no jeito de fazer política

Prefeito de Ouro Preto cutuca Zema sutilmente durante entrega da Medalha da Inconfidência
Foto: Reprodução/TV Globo

Durante a cerimônia de entrega da Medalha da Inconfidência nesta segunda-feira (21), o prefeito de Ouro Preto, Angelo Oswaldo (PV) teceu discretas críticas ao governador do estado Romeu Zema (Novo), afirmando em seu discurso o declínio do “mineirismo” no jeito de fazer política.

Oswaldo mencionou Tancredo Neves, primeiro presidente civil eleito pós-ditadura militar e que na data foi lembrado pelos 40 anos de sua morte, ressaltando que Minas Gerais já liderou movimentos de luta contra regimes autoritários.

“Tancredo cultivou tudo aquilo que faz do espírito de Minas uma centelha luminosa na inteligência do Brasil”.

Oswaldo prosseguiu: “Agora parece que a mineirice declina. O mineirismo se esgueira por entre silêncios e sombras. A sagacidade, a agudeza do talento, a arte da política, que tanto elevaram o mineiro perante as expectativas do Brasil, refugiaram-se nos livros de história. A saudade de Tancredo Neves retempera-se na nostalgia da presença de Minas nos instantes cruciais da pátria”.

Fuad Noman, ex-prefeito de Belo Horizonte que morreu em março, foi lembrado como parâmetro a Tancredo Neves, por não ter conseguido dar sequência ao mandato para o qual foi reeleito após derrotar Bruno Engler, deputado estadual (PL).

“A Tancredo coube derrotar, no colégio eleitoral, um símbolo caricato do regime que agonizava, é que ainda agora, igualmente em ato final, vimos o saudoso prefeito Fuad Noman ter afastado a Prefeitura de Belo Horizonte de um equívoco político”.

O prefeito criticou também a repactuação do acordo pela tragédia de Mariana, pelo documento assinado pelas mineradoras Vale e BHP, acionistas da Samarco, junto ao governo federal e estadual em outubro de 2024, quando nem todas as prefeituras que tinham direito à indenização decidiram aceitar os termos, afirmando que não foram devidamente ouvidas no processo.

Por não reconhecerem os termos, preferiram aguardar o desfecho das ações que ocorrem na Justiça do exterior.

“Os municípios ficaram à margem do acordo, e por isso mesmo continuamos a demandar o que é justo e efetivamente devido a quem detém o estigma da tragédia. Pedimos que da parte do Estado, contemple desde já os municípios impactados com medidas à altura do que cumpre ao governo mineiro de fato realizar em nossas comunidades. Muitas obras públicas anseiam por essa oportunidade singular, e a situação precária de nossas rodovias é a mais eloquente prova da pertinência dessa reivindicação,” finalizou.

* Fonte: Estado de Minas