Prefeito será investigado por aconselhar colocar o ministro Alexandre de Moraes numa guilhotina
A autorização para investigação foi um pedido da Procuradoria-Geral da República
Alexandre de Moraes autorizou a abertura de uma investigação contra o prefeito de Farroupilha (RS), Fabiano Feltrin, por incitação ao crime. O ministro atendeu pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR).
Na quinta-feira (25), Feltrin disse em transmissão ao vivo pelo Instagram que colocar Moraes na guilhotina seria uma homenagem. “É só botar ele aqui na guilhotina, ó. Tá aqui a homenagem pra ele”, disse o chefe do Executivo, enquanto encenava decapitação numa réplica de guilhotina.
Feltrin divulgou nota e negou qualquer incitação, dizendo que tudo não passou de “uma brincadeira”.
“Embora eu seja de fato um crítico de sua atuação como magistrado, é inadequada qualquer alusão a atos de violência. Alusão semelhante já foi usada em outro momento pelo próprio ministro, mas isso não exime o equívoco ao qual reitero meu pedido de desculpas. A fala, portanto, não refletiu nenhuma vontade pessoal ou qualquer espécie de incitação. Minha trajetória mostra que sempre respeitei as pessoas e as instituições – e assim quero prosseguir”, defende o prefeito na nota.
Isso não impediu o procurador-geral da República, Paulo Gonet, de acionar o STF e solicitar uma investigação contra o político gaúcho “diante da gravidade da conduta”. No pedido, a PGR mencionou apurações que têm como alvo “a existência de organização criminosa responsável por ataques sistemáticos aos seus adversários, ao sistema eleitoral e às instituições públicas, por meio da propagação de notícias falsas e estímulo à violência contra autoridades da República”.
Moraes deu 60 dias para a PF concluir as investigações. Também retirou qualquer sigilo sobre o caso.