Em meio à onda vermelha, Prefeitura de Itabira diminui número de leitos para Covid-19 no HMCC

Secretária de saúde, Rosana Linhares faz um apelo para que a população se conscientize e evite aglomerações

Em meio à onda vermelha, Prefeitura de Itabira diminui número de leitos para Covid-19 no HMCC
Foto: Acom/PMI
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Itabira vive o pior momento da pandemia. Em meio ao aumento do índice de infecção pela Covid-19, o município regride para a onda vermelha a partir deste sábado (12). Até ontem (10), Itabira registrava quase 5 mil casos confirmados, dos quais 31 evoluíram para óbito. Nesta sexta-feira (11), a Prefeitura de Itabira anunciou que vai extinguir, gradativamente, os 48 leitos exclusivos para pacientes com Covid-19 no Hospital Municipal Carlos Chagas (HMCC).

A informação vem de um termo aditivo de contrato firmado entre a Fundação São Francisco Xavier (FSFX), gestora do HMCC, e o município. O documento foi publicado nesta sexta-feira (11) no Diário Oficial do Município. O hospital municipal conta com 126 leitos ao todo. Destes, 48 foram instalados entre os meses de julho e outubro, sendo exclusivos para casos de Covid-19. São 38 de enfermaria e 10 leitos na Unidade de Tratamento de Intensivo (UTI). 

Entre os meses de novembro e dezembro, os leitos de clínica médica para Covid-19 passarão de 38 para 20. Ficando a unidade hospitalar com o total de 108 leitos operativos. De janeiro a março de 2021, mais cinco leitos de enfermaria serão desativados. Passando o HMCC a contar com 103 leitos.  A partir de abril, a determinação é que o Hospital Municipal Carlos Chagas “retorne a seu escopo ambulatorial habitual, contando com 78 leitos operativos”.

“É um planejamento que tem que se dar desta forma, mas que pode ser alterado de acordo com o cenário da Covid-19. Depende da situação a partir de janeiro e fevereiro. Algo que só pode ser medido neste período. Termo aditivo ao contrato pode ser feito a qualquer tempo. O Estado tem um planejamento para o Plano de Contingência que estava com desmobilização prevista até maio, por isso esse extrato de convênio foi formulado”, explicou a secretária municipal de Saúde, Rosana Linhares Assis Figueiredo, em entrevista à DeFato Online.

A desmobilização dos leitos específicos para a Covid-19, segundo Rosana Linhares, é baseada na estratégia de imunização prevista para o primeiro trimestre do ano que vem. O que, consequentemente, pode vir a reduzir os riscos da doença e, com isso, as internações. Além disso, a secretária de saúde expõe que “evidentemente, não há como financiar a estrutura existente se não tiver a necessidade dos leitos”.

Se o cenário não se confirmar em janeiro e fevereiro, um novo termo aditivo pode ser feito para que sejam mantidos os leitos específicos para Covid-19.

Ocupação

Ainda em maio, a Prefeitura de Itabira informou que o número de leitos disponíveis para atendimento a pacientes com sintomas da Covid-19 chegou a 127 com a liberação das novas unidades construídas no HMCC. Com isso, a Secretaria de Saúde optou por deixar em stand by o hospital de campanha projetado para a sede da pasta de Meio Ambiente, na Mata do Intelecto.

No início da tarde desta sexta-feira (11), dos 38 leitos de enfermaria exclusivos para Covid-19 no HMCC, 14 estavam ocupados. O que representa 37% de ocupação. Desses pacientes, metade é de Itabira e os demais são de cidades vizinhas. Na UTI para Covid-19, dos 10 leitos disponíveis, 80% estão ocupados. Entre os pacientes, cinco são de Itabira.

Na semana passada, metade do estado regrediu para fases mais restritivas do Minas Consciente. Para o secretário de Estado de Saúde, Carlos Eduardo, a regressão é reflexo, principalmente, das movimentações do período eleitoral. A secretária de saúde de Itabira, no entanto, vai além.

“É algo parecido com o que Belo Horizonte está vivendo. Houveram festas, churrascos, aglomerações e bares lotados. Não é só uma questão da eleição. As internações de pessoas que têm convênio, por exemplo, são resultados do que cada família está fazendo. Não quer dizer que todo mundo participou de campanha política. Temos que ter a responsabilidade, novamente, de resgatar a conscientização da população para que evitem aglomerações também dentro dos domicílios”, destacou Rosana Linhares.