Prêmio Luis Gama celebra atletas negros de Itabira e suas histórias de resistência e transformação; conheça!
Para marcar o mês da Consciência Negra, os atletas Romero de Oliveira e Martinho de Alvarenga foram homenageados com o prêmio Personalidades Afro-itabiranas – Luis Gama
Em novembro, foi celebrado o mês da Consciência Negra. Figuras emblemáticas do esporte itabirano foram contempladas com o prêmio Personalidades Afro-itabiranas – Luis Gama, uma homenagem às contribuições de atletas negros que atuam como exemplos de resistência, dedicação e transformação social. Entre os homenageados, destacam-se Romero Almeida de Oliveira, conhecido na capoeira como Contra-Mestre Guayamun, e Martinho Francisco de Alvarenga Oliveira, Grão-Mestre de Taekwondo.
Capoeira como resistência
Romero Almeida de Oliveira, ou Contra Mestre Guayamun, dedica-se à capoeira há 32 anos. Ele iniciou sua trajetória no bairro Betânia, em Itabira, sob a orientação do Mestre Nem. Para ele, o prêmio Luis Gama marcou a consagração de sua trajetória e da luta coletiva pela preservação de uma arte marcial que surgiu como ferramenta de libertação dos escravizados e que hoje é reconhecida mundialmente.
“É importante demais ser visto e lembrado pelos poderes públicos. Vários mestres que lutam capoeira sofreram muito pra chegar onde eu cheguei. Vários só foram reconhecidos depois da morte, e nada melhor que receber uma homenagem em vida”, comenta o Contra Mestre Guayamun.
Para o Contra-Mestre Guayamun, a capoeira é capaz de transformar as pessoas e apesar de ainda existir preconceito, o trabalho bem estruturado promove o crescimento da causa.
“Sigo a capoeira como um agente transformador de cidadãos. Apesar de muitos preconceitos com as coisas que são da cultura negra, com um trabalho bem orientado, temos tudo para crescer na cidade”, destaca.
Liderança, igualdade e inspiração
Martinho Francisco de Alvarenga Oliveira, Grão-Mestre de Taekwondo com 45 anos de experiência, também celebrou a honraria. Vice-presidente da Federação de Taekwondo de Minas Gerais e coordenador de projetos sociais em Itabira, ele considera o prêmio uma homenagem às lutas de seus ancestrais e às futuras gerações.
“Receber o prêmio Luis Gama para mim foi uma honra muito grande, que não veio só para mim, mas veio principalmente para os meus pais, minha família e para os meus antepassados, que com certeza foram contemporâneos de Luis Gama e ansiavam por liberdade”, comenta o Grão-Mestre.
Além de exaltar a magnitude do esporte como campo de excelência negra, Mestre Martinho enfatizou a necessidade de ampliar essa representatividade em áreas como política, educação e ciências.
“Nós temos que buscar mais essas oportunidades, temos que ocupar essas cadeiras e espaço que foi negado pra gente”, ressalta.
Esporte como ferramenta de inclusão
Ambos os homenageados concordam que o esporte desempenha um papel fundamental na construção de uma sociedade mais justa e igualitária. Seja pela capoeira ou pelo Taekwondo, as histórias de Guayamun e Martinho são inspiração para superar preconceitos, promover a inclusão e incentivar o protagonismo negro.