Presidente da Abramilho critica medidas governamentais para tentar baratear alimentos
O Brasil é o terceiro maior exportador de milho no planeta, atrás apenas dos Estados Unidos (que exporta milho) e China

Nesta quinta-feira (6), o governo Lula anunciou medidas para tentar conter a inflação dos alimentos. O alto custo dos gêneros alimentícios tem provocado uma corrosão na imagem do governo, segundo pesquisas divulgadas no mês passado.
Alguns produtos como carne, café, açúcar, óleo (de girassol e palma), azeite e sardinha estarão livres de taxações.
Paulo Bertolini, presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho), considera inócuas as medidas anunciadas. “É uma sinalização de que o governo não sabe o que faz, não sabe dos efeitos do que está fazendo e sinaliza uma intervenção no mercado”, critica.
O produtor rural alega que os fornecedores internacionais não vendem milho a um preço competitivo frente ao produto brasileiro. Segundo ele, “o valor do cereal negociado na Bolsa de Chicago está em US$ 10,61(R$60,99) por saca (sem contar os gastos com transporte e estocagem), contra o preço de R$ 86,63 registrado no pregão da B3(pregão online) para a mesma quantia”, salienta Bertolini.
O Brasil é o terceiro maior exportador de milho no planeta, atrás apenas dos Estados Unidos (que exporta milho) e China. A safra brasileira encontra-se na casa de 120 milhões de toneladas. O principal exportador do grão para o Brasil é o Paraguai com uma balança de 1,6 milhão de tonelada.
O presidente da Abramilho entende que o milho não pode ser culpado pela inflação. “ O anúncio de Lula dá a entender que o preço do milho é um causador da inflação. No entanto, é comum o preço do grão subir no período de entressafra”, justiça o dirigente, que acrescenta: “existe um estoque mundial de milho historicamente muito baixo. No caso das commodities, os preços são negociados em larga escala de acordo com as ofertas e demandas globais. Então, o produtor rural não pode ser culpado pela inflação”, finaliza.