Presidente da Belotur diz que realização de Carnaval em 2022 depende dos índices da pandemia
Segundo a Prefeitura de BH, índices ainda não são os ideais para realização do evento
A Comissão de Educação, Ciência, Tecnologia, Cultura, Desporto, Lazer e Turismo realizou audiência pública na Câmara Municipal de Belo Horizonte, nesta quinta-feira (11), para debater sobre a realização ou não do Carnaval na cidade em 2022.
O presidente da Empresa Municipal de Turismo de Belo Horizonte (Belotur), Gilberto Castro, esteve presente na audiência e ressaltou a extrema importância do Carnaval para a capital mineira, que agrega e contribui no turismo, lazer e cultura da cidade.
Castro disse que a Prefeitura de Belo Horizonte ainda não tem definição sobre a realização do evento, mas afirmou que isso será avaliado pela Secretaria Municipal de Saúde, juntamente com o Comitê de Enfrentamento da Covid-19. Até o momento, de acordo com Gilberto Castro, o Carnaval de 2022 não irá acontecer, e não há data limite para uma redefinição do tema.
O presidente da Belotur explicou que o público predominante do Carnaval está na faixa etária de 20 a 30 anos, e 70% deste público são visitantes. Nesta faixa etária jovem, a PBH informou que 80% ainda não tomou a segunda dose da vacina.
Além disso, Gilberto Castro alertou sobre as datas que antecedem o Carnaval. Segundo ele, o Natal e o Reveillon são eventos que podem alterar os índices da pandemia de coronavírus em Belo Horizonte.
Ainda diante dessa incerteza, ele informou que a Belotur tem mantido diálogo com todos os participantes do Carnaval e levando as reivindicações ao comitê. “A Prefeitura não irá tomar decisões precipitadas que podem colocar a população em risco. Isso não quer dizer que ela não reconhece a importância social e cultural do Carnaval, nem de toda a cadeia produtiva do evento”, afirmou o presidente da Belotur.
Incerteza incomoda
A falta de previsibilidade em relação ao evento popular no próximo ano tem preocupado agentes e grupos envolvidos com o Carnaval, como blocos caricatos, escolas e samba e blocos populares. Todos pediram a definição sobre cenários nos quais o Carnaval pode ser realizado, total ou parcialmente, políticas de fomento ao setor ao longo do ano, além de mais diálogo com a Prefeitura.
O presidente da Liga Belorizontina de Blocos Caricatos, Geo Cardoso, sugeriu a criação de uma comissão mista, com representantes da sociedade civil e do Executivo, para discutir a realização do Carnaval em 2022.
O líder também sugeriu que a solução fosse criada a partir de medidas já tomadas em outras cidades e adaptadas à realidade local. Outro representante que esteve na audiência foi Márcio Eustáquio, presidente da Liga da Escolas de Samba de Minas Gerais. Ele disse que o Carnaval tem diversos segmentos, e não pode ser tratado como um todo. Além disso, Márcio defendeu a realização do desfile de passarela, em que é possível fazer um controle de acesso, e pediu que o Legislativo pressione o Executivo para dar uma resposta concreta sobre o tema.