Presidente da Itaurb culpa ex-funcionários por emissão de notas em seu nome

Amilson Nunes afirma ter exonerado três profissionais por erros divulgados nesta segunda-feira

Presidente da Itaurb culpa ex-funcionários por emissão de notas em seu nome
Foto: Victor Eduardo/DeFato Online
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Durante a prestação de contas realizada nesta segunda-feira (26) na Câmara de Itabira, o presidente da Empresa de Desenvolvimento de Itabira (Itaurb), Amilson Nunes, respondeu mais questionamentos do que ele talvez imaginasse. Duas situações foram levantadas pelo jornalista Cosme Ferreira e exigiram explicações de Amilson. Uma delas é a emissão de notas em seu nome quando a Itaurb negociava contratos com a empresa “Chácara Imperial” – responsável por realizar plantio de mudas em pontos como a avenida das Rosas e a avenida Mauro Ribeiro – e a outra situação diz respeito à “doação” de um espaço do próprio Amilson para um evento da Itaurb.

Em relação às notas, o presidente da Itaurb confirma que já conhecia a fornecedora devido à sua atuação no ramo do paisagismo. Neste caso, especificamente, seu objetivo era fazer um orçamento para trabalhos de reestruturação paisagística nas duas avenidas citadas acima e outros locais, como a Casa Drummond. Porém, diz Amilson, por conta da sua proximidade com a responsável pela empresa, o erro  – que ele garante ter sido corrigido posteriormente – aconteceu.

“Sempre trabalhei no ramo de paisagismo e fizemos aqui um projeto de reestruturação paisagística na avenida das Rosas e avenida Mauro Ribeiro. Então fiz uma coleta de preços junto a esse fornecedor, que fornece para mim e várias empresas da cidade. Por descuido dela (fornecedora), ela mandou um orçamento em meu nome por me conhecer. Foi direcionado para a Itaurb, que cadastrou a empresa e a pagou normal”.

Além disso, Amilson também afirma ter exonerado três funcionários por conta da situação. Segundo ele, faltou profissionalismo por parte do trio na fiscalização dos contratos.

“Foram feitas três exonerações, pois entendemos que faltou profissionalismo junto com a própria empresa. A empresa tem uma estrutura de como fazer as coisas, não pode sair do ritual, são coisas que estão dentro da lei. E essas pessoas, em vez de pegar a nota e ficar passando, elas tem que chegar no chefe superior e perguntar: ‘essa nota é pra pagar mesmo? Como confere isso aqui? É de quem? Por onde tá vindo?’. São questionamentos que um profissional tem que ter”, disse o presidente da Itaurb à imprensa, logo após a reunião.

Itaurb
Foto: Victor Eduardo/DeFato Online

Novato

Já no fim da prestação de contas, o vereador Luciano Gonçalves dos Reis “Sobrinho” (MDB) disse acreditar que Amilson Nunes e sua equipe não agiram de má fé. Porém, o parlamentar chamou a atenção do secretário, pedindo a ele que aja de forma mais “técnica e profissional”.

“Só vou te dar uma sugestão. Pelo que entendi, nessas duas situações que aconteceram você agiu com o coração, sem maldade. Tente fazer isso de um jeito mais técnico e profissional para se resguardar”, disse Luciano.

Em sua defesa, o presidente da Itaurb disse ser novo no setor público e prometeu nova postura. “Claro que sim (promete outra postura), é a primeira vez que trabalho no setor público. A gente tem que ter uma equipe que nos apoie porque não conseguimos estar 100% em todas as áreas. Por isso, fizemos algumas trocas pontuais, pois entendemos que algumas coisas deveriam ter sido barradas na entrada e ter feito a modificação necessária para que não acontecesse isso, fazer as coisas de forma correta, e não de forma amadora, vamos dizer assim. Agora não, a gente contratou profissionais especializados na área, que vem tecnicamente fazer essa parte e dirimir qualquer tipo de dúvida”, concluiu.

Doação de espaço

Já sobre a cessão de um espaço seu para um evento da Itaurb – que contou com palestras e um estudo sobre o plano de cargos e salários -, Amilson Nunes garante não ter alugado o local para a empresa que hoje preside. Além disso, ele e demais funcionários da Itaurb presentes na Câmara argumentaram que outros locais do município deixam a desejar em aspectos como a sonorização e por isso não sediaram a ação. O grupo também se utilizou do fator “economia” para defender a medida, já que o local foi doado por Amilson.

“O lote particular que você fala é um local de eventos, registrado com CNPJ de eventos e com alvará para eventos. Então fizemos um evento lá e eu cedi o espaço. Não é casa particular”.