Prevenção é tudo! Câncer de pênis provocou quase 600 amputações em uma década no Brasil
Entre 2024 e 2023, foram mais de 4.500 mortes devido ao tumor, conforme informações do Ministério da Saúde obtidos pela SBU (Sociedade Brasileira de Urologia)
Um tumor raro, mas que tem dados alarmantes no Brasil: nos últimos 10 anos foram cerca de 22,2 internações e ao menos 585 amputações do membro por ano.
Entre 2024 e 2023 foram mais de 4.500 mortes devido ao tumor, conforme informações do Ministério da Saúde obtidos pela SBU (Sociedade Brasileira de Urologia).
A fimose é um dos principais fatores que contribuem no agravamento da doença. A pele excessiva cobre a glande e dificulta sua exposição e higiene da região, podendo esconder uma lesão em seu princípio e que poderia ser tratada de forma menos agressiva e evitando mutilação, segundo aponta José Calixto, membro da disciplina de Câncer de Pênis da SBU.
Ações simples podem prevenir a doença, com higiene adequada, cirurgia de postectomia (remoção do prepúcio) e vacinação contra o HPV.
Levantamento indica que ocorreram 5.851 amputações entre 2015 a 2024.
Roni de Carvalho Fernandes, diretor da Escola Superior de Urologia da SBU, disse: “Muitos casos de câncer de pênis poderiam ser evitados ou tratados de maneira menos agressiva com atenção à higiene íntima e intervenções precoces. Essas medidas contribuem para a qualidade de vida dos pacientes, mas também evitam a amputação do pênis e reduzem o risco de morte pela doença”.
Em fevereiro a SBU realiza a quinta edição da Campanha de Prevenção ao Câncer de Pênis para conscientizar sobre a prevenção e o tratamento preventivo da doença, distribuindo conteúdos nas redes sociais e realizando mutirões de postectomia em vários estados.
Presidente da SBU, Luiz Otávio Torres diz: “Apesar de ser um dos poucos tipos de câncer que podem ser prevenidos, o Brasil ainda apresenta um preocupante índice relativo à doença, em especial no Norte e Nordeste do país. Nosso maior objetivo com essa campanha é informar os homens que é possível prevenir e, caso ele surja, que seja diagnosticado e tratado e forma precoce, evitando a amputação do órgão”.
O tratamento precoce permite tratar apenas com a remoção da pele excedente, evitando consequências físicas, sexuais e emocionais.
Geralmente a incidência maior é em pessoas a partir dos 50 anos, mas os jovens também podem ser afetados.
Conheça os sinais:
Ferida que não cicatriza;
Sangramento sobre o prepúcio;
Secreção com forte odor;
Espessamento ou mudança de cor na pele da glande (cabeça do pênis);
Presença de nódulos na virilha.
Conheça os fatores de risco:
Baixas condições socioeconômicas;
Higiene inadequada da região íntima;
Fimose (excesso de pele);
Infecção pelo vírus HPV (Papilomavírus humano);
Tabagismo.
Prevenção:
Higiene diária do órgão, principalmente após relação sexual ou masturbação;
Orientação a meninos sobre hábitos de higiene;
Cirurgia de fimose como fator de prevenção quando a pelo do prepúcio é estreita ou pouco elástica e impede a exposição da cabeça do pênis, dificultando sua limpeza;
Usar preservativo para evitar DST (doença sexualmente transmissível),como o HPV;
Vacinar-se contra o HPV. O imunizante está disponível no SUS para crianças e adolescentes de 9 a 14 anos e imunossuprimidos até os 45 anos.