Profissionais da enfermagem protestam pelo piso salarial da categoria na manhã desta quarta-feira

Representantes da categoria estiveram, nesta terça-feira, na Câmara de Itabira para pedir apoio à causa e apresentar um manifesto pela valorização dos trabalhadores da saúde

Profissionais da enfermagem protestam pelo piso salarial da categoria na manhã desta quarta-feira
A enfermeira Natália Magalhães usou a tribuna da Câmara de Itabira para falar sobre o piso nacional da enfermagem – Foto: Gustavo Linhares/DeFato
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A decisão do ministro do Superior Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, de suspender a lei que estabeleceu o piso nacional da enfermagem tem causado intenso debate e mobilização em todo o Brasil. Em Itabira não é diferente. Profissionais da categoria estiveram na reunião ordinária da Câmara Municipal na tarde desta terça-feira (6) para pedir apoio dos vereadores em defesa da melhoria salarial — além de divulgar uma manifestação que acontecerá na manhã desta quarta-feira (7), com concentração na praça Dr. Acrísio Alvarenga, às 7h.

De acordo com a enfermeira Natália Magalhães, que conversou com o portal DeFato, a escolha do horário levou em consideração o fim do turno das profissionais da saúde, permitindo que elas se juntem ao movimento. “O nosso grande questionamento e apelo é se, nós profissionais da enfermagem, fomos considerados os heróis da saúde, está mais do que na hora da população de Itabira e sociedade nos homenagear. E a melhor forma de nos homenagear é oferecer melhores condições trabalhistas”, avalia.

Ainda de acordo com Natália Magalhães, não há neste momento intenção de criar um movimento grevista. O objetivo da categoria é ampliar a discussão para que se possa encontrar uma solução para repassar a melhoria salarial aos profissionais da enfermagem, mas sem que isso represente ameaça aos empresários do setor ou limitação da oferta de vagas de emprego.

“Estamos aqui para dialogar sobre essa suspensão que o ministro do STF fez. O intuito é para que tenhamos mais negociações, conversas e discutir de que forma poderemos ter o nosso piso garantido. Mas queremos deixar claro que o nosso movimento não tem paralisação, é para a classe ser ouvida e, também, ter a oportunidade de conversar com nossos empregadores a respeito de qual a melhor solução para ambas as partes”, ressalta.

“O que queremos é assegurar que o profissional da enfermagem tenha o seu trabalho garantido. O piso não pode estar vinculado com a insegurança e possibilidade de demissão em massa. Não queremos que isso aconteça e estamos disponíveis para conversar de forma pacífica, não existe essa intenção de greve”, completa Natália Magalhães.

Profissionais da enfermagem protestam pelo piso salarial da categoria na manhã desta quarta-feira
Profissionais da enfermagem compareceram à reunião da Câmara de Itabira nesta terça-feira – Foto: Gustavo Linhares/DeFato

Entenda

A lei que estabeleceu um valor mínimo a ser pago aos profissionais da enfermagem foi sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) no início de agosto e estabeleceu R$ 4.750 o piso para enfermeiros, 70% disso para técnicos de enfermagem e 50%, para auxiliares de enfermagem e parteiras.

Ao suspender os efeitos da lei em atendimento a um pedido da Confederação Nacional de Saúde, Hospitais e Estabelecimentos e Serviços (CNSaúde), Barroso mencionou riscos de desemprego e para a qualidade dos serviços de saúde. “O risco à empregabilidade entre os profissionais que a lei pretende prestigiar, apontado como um efeito colateral da inovação legislativa, levanta consideráveis dúvidas sobre a adequação da medida para realizar os fins almejados”, escreveu o ministro na decisão.

Profissionais da enfermagem protestam pelo piso salarial da categoria na manhã desta quarta-feira
Profissionais da enfermagem querem ampliar o diálogo para garantir o recebimento do piso nacional da enfermagem – Foto: Gustavo Linhares/DeFato