Prometida pelo Saae em setembro, caixa d’água social ainda não tem data para implantação

Durante o mês de setembro, quando Itabira vivia o auge da sua crise hídrica – que acarretou, inclusive, em um racionamento de água -, uma das medidas prometidas pelo Serviço de Saneamento de Água e Esgoto (Saae) foi a criação de uma caixa d’água social. À época, a presidente da autarquia, Karina Lobo, justificou que a falta de caixas d’água nas residências contribuía para o crônico problema do desabastecimento em Itabira.

Segundo ela, tal gargalo faz com que ações rotineiras de equipes do Saae sejam muito sentidas pela população. Com a caixa d’água social, seria possível evitar o desabastecimento em alguns pontos da cidade durante serviços da autarquia. Na segunda-feira (6), durante a prestação de contas do Saae na Câmara Municipal de Itabira, questionamos Karina Lobo sobre o atual estágio do projeto. A presidente da autarquia disse que ele está em andamento, mas não soube precisar quando será implantado.

“A gente está estruturando. Eu até dei uma segurada, porque não ia chegar a tempo daquela crise, mas a gente já está trabalhando para que antes da próxima (crise) isso seja resolvido.”

Reportagem: “Consegue dar um prazo?”

Karina: “Não”.

Em meados de setembro, durante visita na mesma Casa, Karina Lobo afirmou que a implantação da caixa d’água social estava em fase de estudos.

“Está em andamento, em fase de estudo, pra gente criar a caixa d’água social. Porque eu não sei se é do conhecimento dos senhores (vereadores), um dos maiores problemas da população sentir falta d’água é porque as residências de Itabira não possuem caixa d’água. E aí quando a gente fecha um registro de 5 a 10 minutos, ela sente esse impacto. Se você tem uma reservação [sic], conseguimos fazer manobras necessárias sem ela (população) sentir esse impacto”, disse à época.

Entrega da Vale

Outra pergunta feita pela reportagem foi sobre a entrega dos 160 litros de água por segundo realizada pela Vale. Prevista em um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), a meta só havia sido cumprida em dois meses de 2021 até setembro: março e abril. Ontem, Karina Lobo disse que a mineradora voltou a não entregar os 160 litros em novembro.

O vereador Neidson Freitas (MDB) questionou se uma compensação nos meses seguintes poderia suprir a demanda, algo descartado pela chefe do Saae.

“Não adianta. Tem dias que eles entregam muito mais, mas como isso é pontual, e a gente vive de manobras, naquele momento em que eu tô contando com aquela água e ela não veio, o fato de eu ultrapassar em outras horas não compensa”, explicou Karina Lobo.