Promotora avalia como positiva atuação de Itabira diante do novo coronavírus

Apesar da situação controlada na cidade, representante do Ministério Público pede para que atenção aos cuidados essenciais seja mantida, mesmo após flexibilização do comércio

Promotora avalia como positiva atuação de Itabira diante do novo coronavírus
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O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), por meio da 4º Promotoria de Justiça, avaliou como positiva a atuação de Itabira frente a contingência do novo coronavírus. Segundo a promotora responsável pela Defesa da Saúde, Sílvia Letícia Bernardes Mariosi Amaral, a cidade está trabalhando dentro das conformidades esperadas pelo MP, mesmo após adotar medidas de flexibilização do comércio.

A promotora afirma que o MP tem exercido o seu papel de atuar na proteção da saúde da população e também tem acompanhado de perto a disciplina e a fiscalização das atividades municipais durante a pandemia do novo coronavírus. Além disso, o órgão ainda assumiu a  responsabilidade de monitorar os indicadores epidemiológicos e assistenciais disponibilizados pelas Secretarias de Saúde.

“Por volta do dia 20 de março, Passabém, Itambé, Itabira e Santa Maria publicaram decretos que obrigavam o fechamento do comércio, determinando o distanciamento social ampliado. No entanto, hoje estes municípios caminharam para a flexibilização das atividades comerciais ancorados em decretos municipais, que devem seguir a deliberação 17 do Comitê Extraordinário Estadual Covid-19”, afirma a promotora, responsável pela saúde desde 2015.

Decretos

O decreto municipal 3.248, que permite a reabertura de estabelecimentos não essenciais em Itabira, por exemplo, foi publicado de acordo com a exigências da deliberação 17 do Comitê Extraordinário Estadual Covid-19. A promotora Sílvia Letícia destaca o fato de a determinação municipal exigir dos empresários medidas de higienização e conscientização, como forma de controle do baixo número de casos na cidade.

“O decreto de flexibilização de Itabira chama a atenção dos empresários e dos comerciantes para que tenham consciência do seu papel, porque, se cada um não tomar a sua precaução, todo o período do distanciamento social ampliado vivido em quase 40 dias será em vão”, avalia Sílvia, que ainda definiu como “excelente” a iniciativa da Prefeitura em emprestar o Ginásio Poliesportivo para atendimento da Caixa Econômica Federal.

Responsabilidade

A promotora elogia a cautela do município em seguir a deliberação do Comitê Extraordinário, mas cita uma diferença considerada por ela mais significativa entre o que pontua a norma observada pelo MP e a que foi instituída em Itabira: a regra que permite o serviço de mesa em restaurantes e a abertura de clínicas de estética.

“O comitê de enfrentamento de Itabira deve-se reunir esta semana e nesse encontro eu vou propor para que eles alterem esse trecho e façam uma adequação. Não é algo de caráter emergencial uma vez que o delivery tem funcionado muito bem e o atendimento a mesas tem sido pouquíssimo. Já no caso do funcionamento das clínicas de estéticas, a situação é mais clara: não podem funcionar”, pontua a promotora.

Outra observação feita pela promotora é a necessidade de fixar critérios no decreto que deixam claro quais indícios podem levar ao fechamento do comércio novamente. “O Ministério Público não pode falar qual vai ser o critério porque não temos o embasamento técnico. Quem deve fazer isso é a Secretaria de Saúde e entregar para mim. A pasta deve mostrar se será o número de casos ou a capacidade hospitalar os responsáveis por definir se o comércio vai continua aberto ou não, por exemplo. Isso precisa ser esclarecido e eu já vou solicitar essa informação”, disse Sílvia.

A situação de outras cidades da comarca também é avaliada pela promotora. Ela demonstra preocupação, sobretudo com Santa Maria de Itabira, onde segundo a representante do Ministério Público, o decreto municipal não seguiu o embasamento técnico exigido pela deliberação 17. “Fui surpreendida com a flexibilização de Santa Maria e questionei as informações que estavam no decreto e não tive resposta. Agora, neste momento, eu adotei providências judiciais e estou aguardando o retorno”, afirma a promotora.

Controle

Em relação aos serviços de saúde, a promotora esclarece que Itabira e os demais municípios estão sob controle. Cenário observado em Minas Gerais de um modo geral. “Minas Gerais tem resultado diferente dos estados ao redor, em que o sistema de saúde está colapsando. Portanto, como em Minas começou mais tarde os casos, nós adotamos o distanciamento social ampliado juntamente com Rio e São Paulo, que já estavam lá na frente com a doença. Mesmo assim, nós não podemos relaxar diante das medidas de prevenção. O vírus tem alta transmissibilidade tudo pode mudar de uma hora pra outra”, destaca.