Psicologia: seis pontos que ajudam a explicar como este se tornou um dos cursos mais procurados do País
Das redes sociais à busca por compreensão da natureza humana, listamos alguns fatores decisivos para este contexto
A formação em Psicologia está em alta! De acordo com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), entre 2010 e 2021 o número de matrículas no curso aumentou 112,4%. Para se ter uma ideia, neste mesmo período as matrículas em todo o ensino superior brasileiro cresceram 41%. E como entender este fenômeno? Priscila Penna, psicóloga e professora do Centro Universitário Funcesi, de Itabira, nos ajuda nessa missão.
Combate ao preconceito
Para se tornar uma das áreas de conhecimento mais procuradas do País, a Psicologia precisou, e ainda precisa, enfrentar muitos estigmas sociais. É o que detalha a docente Priscila Penna.
“Existem fatores sociais, culturais e inclusive econômicos que explicam isso. O primeiro ponto se deve à conscientização. Hoje em dia, procurar um psicólogo deixou de ser um grande estigma, embora ainda haja espaço para evolução. Cuidar da saúde mental é sinônimo de promoção e prevenção, não mais apenas para remediar. Se a gente tem mais informação, temos um aumento de demanda pelo serviço e isso implica em formação de mão de obra especializada”, destaca.
Diversidade de serviços
Outro ponto citado pela professora da Funcesi é o leque de opções para a atuação do profissional. Antes muito restrito ao consultório clínico, o psicólogo viu a demanda por seus serviços se espalhar em diversos ambientes de trabalho.
“A psicologia é um campo de atuação diversificado, uma profissão que pertence a um campo interdisciplinar de atuação. Hoje a sua atuação não se resume ao trabalho no consultório, ela se ampliou para outros espaços, como escolas, hospitais e empresas. No ano passado, vi a criação de uma Diretoria de Saúde Mental em uma grande multinacional brasileira e achei muito interessante, pois nunca vi um cargo específico de diretor de saúde mental”, relembra.
Pandemia
A pandemia do coronavírus, uma das principais crises de saúde da nossa história, também ajuda a explicar este fenômeno. O doloroso período, diz Priscila, voltou as atenções da sociedade à saúde mental: “Outro ponto é o cultural. Vivemos um mundo pós pandemia, que revelou uma necessidade grande de cuidar das emoções. Então a gente tem um aumento da demanda expresso por essas mudanças culturais. Os serviços psicológicos, no geral, passaram a ser mais demandados a partir da pandemia”.
Impacto social
O reconhecimento da Psicologia como uma importante ciência se relaciona com sua alta demanda em equipamentos públicos do país. Priscila Penna enfatiza como a área é essencial nas políticas públicas voltadas à população, principalmente a mais vulnerável.
“A psicologia tem sido reconhecida cada vez mais como uma grande ciência. No contexto das políticas públicas brasileiras, previstas pela constituição de 1988, praticamente todos os serviços do tipo têm a presença de uma equipe multidisciplinar com um profissional de psicologia. Dentro do CRAS (Centro de Referência de Assistência Social), CAPS (Centros de Atenção Psicossocial), Creas (Centro de Referência Especializado de Assistência Social) e vários outros dispositivos, não só aqueles ligados à saúde”.
Curiosidade histórica
Entender a complexidade da natureza humana não é um exercício exatamente novo. Desde a Grécia Antiga e seus mais famosos filósofos isso já acontecia. Tal busca também é citada pela professora da Funcesi como um fator decisivo.
“As disciplinas que envolvem o estudo do comportamento humano são muito atrativas, e a psicologia faz interface com outras áreas. Ciências Sociais, Sociologia, Filosofia, Economia, História… então ela tem um conteúdo muito atrativo nesse aspecto. Desde a Grécia Antiga, as especulações acerca da natureza humana sempre despertaram muito interesse”, detalha.
Internet
Por fim, um aspecto puramente contemporâneo: as redes sociais. Atualmente utilizadas por uma parcela imensa da população, essas ferramentas foram fundamentais para a popularização de alguns profissionais, que atraíram milhares de seguidores. São os chamados “psicólogos pop’s”, como classifica Priscila.
“Um ponto contemporâneo, pós-moderno, são as redes sociais. Temos psicólogos muito famosos fazendo um trabalho muito importante nas redes sociais. Então isso gera interesse, sobretudo, nos mais jovens, cria uma referência importante. São os chamados psicólogos pop’s”.
Vestibular Funcesi
A instituição de ensino itabirana, aliás, está com inscrições abertas para a Psicologia e outros oito cursos, cuja participação no vestibular você pode garantir ao acessar o link www.vestibular.funcesi.br! O início das aulas será no primeiro semestre de 2025 e as inscrições devem ser feitas até o dia 28 de fevereiro.