Queda no desemprego em 2024 é consistente, diz coordenadora do IBGE
Pesquisa PNAD Contínua do IBGE aponta para manutenção do baixo desemprego no país
A trajetória declinante da taxa de desemprego que vem ocorrendo em 2024 é consistente, afirma a coordenadora de Pesquisas Domiciliares do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Adriana Beringuy. O recuo ocorre desde o trimestre encerrado em fevereiro de 2024 até o período terminado em novembro.
De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, o percentual saiu de 7,8%, no trimestre encerrado em fevereiro para 6,1% no período entre setembro e novembro deste ano. Isso representa o menor patamar da série histórica iniciada em 2012.
De acordo com a coordenadora do IBGE, Adriana Beringuy, o movimento mostra “justamente a capacidade do mercado de trabalho brasileiro, que vem aumentando o número de empregados com carteira assinada”. Adriana pontua a geração de vagas com carteira assinada, mesmo com todo o contingente de trabalhadores informais no país. Para ela, o mercado de trabalho brasileiro vem respondendo de forma bastante satisfatória no ano. As declarações surgiram em entrevista na qual a diretora apresentou os dados da PNAD Contínua do semestre encerrado em novembro.
Perspectivas para 2025
Adriana Beringuy ressaltou que esse movimento terá que ser acompanhado ao longo de 2025, sempre olhando o conjunto de informações de indicadores econômicos, como a trajetória da renda. A diretora afirma que o movimento de manutenção da estabilidade vai depender do contexto macroeconômico e do quanto as atividades econômicas vão demandar de população ocupada para manter este nível atual de consumo. Isso depende também da própria expansão desse nível de consumo.
Segundo Adriana, cada atividade tem suas particularidades, como no caso da agricultura, atividade que demanda poucos trabalhadores e vem reduzindo ainda mais essa necessidade em função de questões climáticas. Há também a atividade da construção, que se expandiu bastante neste ano. “Isso porque houve uma demanda maior de construção e de edificações”, ela justifica. Ao longo do ano, cresceu a demanda do setores de construção civil e da indústria. Como ela explica, o comportamento dessas atividades econômicas, associado à renda dos trabalhadores, vai realmente apontar a manutenção ou a expansão desses indicadores.
Ela acrescentou que, além das taxas quantitativas que vêm registrando recordes, existe as características relacionadas à forma de inserção. É o caso do crescimento do número de empregados com carteira assinada, ou ainda pelo patamar de rendimento que vem se mantendo em crescimento.
Adriana destacou ainda que o mercado de trabalho tem seus movimentos sazonais, como a expansão do desemprego nos primeiros meses do ano. “Excluindo a sazonalidade, há fatores que podem realmente influenciar. Isso vai depender do desempenho das atividades econômicas que tem sido fundamental para esta resposta do mercado de trabalho.”
As informações são da Agência Brasil.