“Rabo de gato não é ponto de interrogação”
Só a anti-história em parceria com um felino para acordar o itabirano, que suplica independência desde o início da exploração do ouro. Mas poucos fizeram
Para muitos, agora não rabiscarei novidades. Talvez seja mesmo o corriqueiro. Para quem pensa na frente, enxerga o amanhã, é certo que alterações ocorrem a cada minuto. Ninguém é tão coerente como pensa, talvez seja mesmo consistentemente um paradoxo. O Planeta Terra gira sem parar em dois movimentos. Só o itabirano insiste em sua letargia.
Daqui para a frente tentarei caprichar-me na anti-história. Nesta altura da vida, estudei e me pós graduei em o que doutores e mestres me ensinaram. Preciso mesmo é seguir a ordem do universo que, por força das leis naturais, bagunçou-se de vez. Daí o surgimento de loucos espalhados pelos quatro cantos do mundo. Cada louco que gasta dinheiro, mas esse acaba. O motivo: não sabe estabelecer prioridades.
Alguns cidadãos são classificados como ‘doidos de pedra’, muitos começam a contar suas histórias a partir do meio do caminho, desprezando o início e até insuflando o fim fora de hora. Na anti-história, os capítulos são originais, contados de baixo para cima, fruto da inserção de um revolucionário Dicionário de Leis Naturais, que faz anos venho tentando popularizar, e não consigo.
Abro um ou dois parágrafos para registrar que, engajando-me no “anti”, acabei deparando-me com a memória ativa, que até os lúcidos têm o costume de apagar. Descobri mais uma opção econômica que tentei, em nome da revista DeFato, colocar na lista de parte da solução econômica para Itabira um majestoso trabalho chamado “Projeto Turístico Cidade de Itabira”, gerado nos anos 1990, de autoria do mestre em Sistemas Rafael Clever Gomes Duarte, itabirano da gema.
É a seguinte a justificativa do “anti”: há 25 anos foi lançado o projeto, que era basicamente a construção de uma nova cidade, um parque aquático como de Beto Carrero. Essa e outras agregações de atrações prevendo a hora do apocalipse itabirano, mesmo que os tapados não o admitam. Agora, às portas desse holocausto, ele, Rafael, tem a alternativa de amenizar o impacto. Mesmo de Campinas (SP), onde reside e brilha, e de lá se agarra à origem.
Em 2022, Rafael, a exemplo de 1990, também tentou ajudar a Prefeitura de Itabira, atualizando as suas ideias revolucionárias do “Complexo Turístico do Cauê”. O que eu queria dizer agora, prometendo seguir à frente, é que o nosso conterrâneo, a sumidade Rafael Duarte, poderá retornar às nossas páginas e à discussão itabirana com a sua inteligência ímpar. Há muita ansiedade para um reencontro com essa figura que brilha desde a mais tenra idade.
Então, calma! Ele próprio me disse que reconstruir uma cultura econômica é desafio à beira do impossível. Em minha crônica anterior, tentei cutucar os conterrâneos de Drummond, chamando-os de desleixados, mais que preguiçosos. A mensagem tinha o objetivo de conter a fúria dos que pensam que “rabo de gato é ponto de interrogação”, ou seja, só acreditam em quem estica a vista até a ponta do nariz. E olhe lá…
Daí para a frente podem aparecer o negativo e o inexplicável. Só assim alguns gatos pingados, itabiranos, saberão o que se propõe será a vida de várias gerações, combatente do bicho-preguiça. O bichano da chamada é para que diga: “Chega de passar a perna na cidade ingênua! Tremo de medo de ver Itabira no rumo do brejo”. Venha rápido, Rafael!
Nota ao pé da página
Esta crônica é um agradecimento ao sim do super profissional, competente e especialista Rafael Clever Gomes Duarte, cem por cento itabirano e idealista. Ele é uma das esperanças itabiranas para o nosso amanhã.