Rainha Elizabeth II esteve em Olimpíadas e Copa do Mundo e teve encontro com Pelé
Durante a sua trajetória na Coroa Britânica, a alteza teve diversos encontros com figuras do esporte e participação em grandes eventos
Aos 96 anos, a rainha Elizabeth II, monarca mais longeva do Reino Unido e de 14 Estados independentes da Commonwealth, faleceu na quinta-feira (8). Além de seus impactos políticos ao longo das décadas, com participação na Segunda Guerra Mundial, Guerra Fria e sobre as colônias britânicas, Elizabeth II também deixou um impacto sobre o mundo do esporte ao longo de seu reinado.
Durante a sua trajetória na Coroa Britânica, a alteza teve diversos encontros com figuras do esporte e participação em grandes eventos, como os Jogos Olímpicos e a Copa do Mundo de 1966 — a única conquistada pela Inglaterra em sua história.
Em homenagem à rainha Elizabeth II, o Estadão relembra alguns desses momentos, que marcaram seus 70 anos no trono do Reino Unido.
Encontro de Rainha Elizabeth II com Pelé
Em 10 de novembro de 1968, a rainha Elizabeth e Pelé tiveram um encontro oficial, no Rio de Janeiro. Em amistoso entre a seleção paulista e a carioca, a monarca assistiu, direto do Maracanã, a exibição do Rei do Futebol – um de seus desejos pessoais.
A vinda da rainha ao Brasil marcou um momento inédito de alegria, em meio à tensão da Guerra Fria. O ano de 1968 foi marcado pela Primavera de Praga, pela Guerra do Vietnã, por protestos estudantis e antirracistas ao redor do mundo, a morte de Martin Luther King e pelos primeiros anos da ditadura militar no País. Segundo consta, partiu da monarca o desejo de visitar o Maracanã.
Após a partida, que contou também com as presenças ilustres de Gérson e Carlos Alberto Torres – que seriam campeões em 1970 -, deu-se o encontro entre Elizabeth II, o príncipe Philip e Pelé. Ao lado do então presidente da Confederação Brasileira de Desportos (CBD), João Havelange, a rainha surpreendeu ao ser apresentada ao Rei do futebol.
“Eu sei (quem é Pelé). Já o conheço de nome e me sinto muito feliz em cumprimentá-lo”, afirmou a monarca, segundo os jornais da época. Quase 30 anos depois, em 1997, quando Pelé foi ministro do Esporte no Brasil, recebeu o título de Cavaleiro da Coroa Britânica.
Na quinta-feira, Pelé se manifestou em relação à morte da rainha em suas redes sociais. “Sou um grande admirador da rainha Elizabeth II desde a primeira vez que a vi pessoalmente, em 1968, quando ela veio ao Brasil para testemunhar nosso amor pelo futebol e vivenciar a magia de um Maracanã lotado. Seus feitos marcaram gerações. Esse legado durará para sempre”, afirmou o Rei.
“Salto de paraquedas” e Jogos Olímpicos
A relação da monarca e sua família com o esporte é antiga. Sua filha, a princesa Anne, é presidente da Associação Britânica Olímpica. Além disso, na história dos Jogos Olímpicos, a rainha Elizabeth II foi a única chefe de Estado, até hoje, a declarar a abertura de duas Olimpíadas de Verão: em Montreal-1976 e Londres-2012.
Esse recorde poderia ser até maior. Em 1956, ainda no começo do seu reinado, a rainha não participou da cerimônia de abertura em Melbourne, na Austrália. Em seu lugar, Philip, à época Duque de Edimburgo, foi em seu lugar, em um período no qual o casamento na realeza estava estremecido. O príncipe, inclusive, foi presidente da Federação Internacional de Hipismo, entre 1964 e 1986.
Como rainha do Reino Unido, Elizabeth é a chefe de Estado da Inglaterra, Canadá, Austrália, Irlanda do Norte, Escócia, entre outros países da Commonwealth. Em 2012, nos Jogos de Londres, a cerimônia de abertura ficou marcada por uma cena em que a rainha chega ao estádio Olímpico de paraquedas, ao lado do personagem da ficção James Bond.
Evidentemente, a cena foi feita por dublês. Mas a perfeição no corte de câmeras na transmissão e o realismo na execução dos movimentos impressionou a quem acompanhava à cerimônia, seja do estádio ou diretamente da TV.
Wembley e a Copa do Mundo de 1966
Ainda no início de seu reinado, Elizabeth II esteve presente no estádio de Wembley, na final da Copa do Mundo de 1966, entre Inglaterra e Alemanha. Com o país-sede campeão (4 a 2, em uma partida marcada por polêmicas de arbitragem) a monarca entregou à sua seleção o troféu de campeão mundial. Bobby Moore, capitão da Inglaterra na ocasião, recebeu da rainha o troféu Jules Rimet
Treze anos antes, a rainha já havia participado da final da Copa da Inglaterra de 1953, uma das maiores finais do torneio de futebol mais antigo do mundo – vitória do Blackpool sobre o Bolton de virada por 4 a 3. Segundo a imprensa britânica, essa final é considerada como a primeira grande transmissão esportiva da TV. Na ocasião, mais de 10 milhões de espectadores acompanharam o título da competição.
Em termos de comparação, a primeira transmissão de uma partida de Copa do Mundo no Brasil aconteceu em 1954, durante o Mundial foi disputado na Suíça.
Com contato direto com o esporte, a rainha Elizabeth II seria, segundo informações do jornal inglês Daily Mirror, torcedora do West Ham. Seu filho — e agora coroado rei — Charles III torce para o Burnley. Já o príncipe William, que esteve presente na final da Eurocopa de 2020 (vencida pela Itália em final contra a Inglaterra) torce para o Aston Villa.