Reajuste no preço da gasolina e do diesel para as refinarias começa a valer nesta quarta-feira
Segundo a Petrobras, esse aumento reduz a defasagem em relação ao mercado internacional e também o risco de faltar combustível no Brasil
O novo aumento do valor dos combustíveis nas refinarias começa a valer partir desta quarta-feira (16). Segundo a Petrobras, a gasolina será elevada em 16,2%, subindo para R$ 2,93 por litro, já o diesel, produto que anda escasso no mundo, terá uma alta de 25,8%, chegando a R$ 3,80 por litro. Ainda conforme a companhia, esse reajuste reduz a defasagem em relação ao mercado internacional e também o risco de faltar esses produtos no Brasil. O anúncio da mudança dos valores aconteceu na última terça-feira (15).
Considerando a mistura obrigatória de 73% de gasolina A e 27% de etanol anidro para a composição da gasolina comercializada nos postos, a parcela da Petrobras no preço ao consumidor será, em média, R$ 2,14 a cada litro vendido na bomba. Em 2023, segundo a Petrobras, a variação acumulada do preço de venda de gasolina A para as distribuidoras tem uma redução de R$ 0,15 por litro.
Para o diesel, a Petrobras aumentará em R$ 0,78 por litro o seu preço médio de venda de diesel A para as distribuidoras, que passará a ser de R$ 3,80 por litro. Considerando a mistura obrigatória de 88% de diesel A e 12% de biodiesel para a composição do diesel comercializado nos postos, a parcela da Petrobras no preço ao consumidor será, em média, R$ 3,34 a cada litro vendido na bomba.
No ano, a variação acumulada do preço de venda de diesel A da Petrobras para as distribuidoras é uma redução de R$ 0,69 por litro.
Em nota, a Petrobras também informou que “o valor efetivamente cobrado ao consumidor final no posto é afetado também por outros fatores como impostos, mistura de biocombustíveis e margens de lucro da distribuição e da revenda”.
Reajuste é “justo”, diz presidente da Petrobras
O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, disse, ainda na noite de terça-feira, que o reajuste anunciado pela estatal é “justo” e que a política de preços da companhia está sendo “eficiente” no combate à volatilidade dos preços do diesel e do petróleo.
“A gente fez um ajuste justo. Acho que passou no teste a política de preços, porque muitas pessoas eram céticas: ‘enquanto estamos baixando, está tudo bem, mas quando subir, será que a Petrobras vai fazer um ajuste necessário, será que ela vai perder, será que ela vai deixar dinheiro na mesa?’ Não fizemos isso”, afirmou Prates em entrevista ao “Jornal das Dez”, da GloboNews.
O presidente da estatal afirmou ainda que a política de preços da companhia tem o objetivo de segurar a volatilidade — e não necessariamente o preço dos combustíveis. “A política de preços está sendo eficiente. Já ajudou muito a combater a volatilidade. Tanto o petróleo tipo Brent quanto o diesel estão variando muito desde junho pra cá, principalmente nas últimas semanas. Têm sido variações diárias de 2% a 3%”, ponderou.
“Agora, atingimos uma coisa que não é volatilidade apenas, chegamos a um patamar diferente e tivemos que fazer um ajuste para chegar num valor marginal de novo, aquele que a gente não sai da mesa porque não vende”, afirmou Prates.
Ainda na terça-feira, o presidente da Petrobras, dessa vez em entrevista ao Estadão, disse que os reajustes aconteceram no momento certo. Prates afirmou ainda que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não interferiu na decisão. “Jamais, em tempo algum, sequer sugeriu algum muxoxo para fazer isso ou aquilo, nada, ele tem total noção, consciência e confiança na gestão da Petrobras”, contou.