Relacionamento com menor provoca renúncia de ministra da Islândia
A lei islandesa estabelece 15 anos como idade mínima para consentimento em relações sexuais, mas proíbe o relacionamento de adultos com menores de 18 anos

Ásthildur Lóa Thórsdóttir (Partido do Povo), ministra da Infância e Educação da Islândia, renunciou ao cargo nesta quinta-feira (20) após admitir ter tido um filho com um adolescente 35 anos atrás, conforme informação da imprensa local.
O relacionamento aconteceu quando ela tinha 22 anos e o jovem 15, segundo informação da emissora estatal RUV (Radiotelevisão Nacional da Islândia, na sigla em islandês).
Eles se conheceram quando ela exercia o cargo de orientadora em um grupo religioso. Ela teve o bebê aos 23 anos e o pai 16 anos, à época.
A lei islandesa estabelece 15 anos como idade mínima para consentimento em relações sexuais, mas proíbe o relacionamento de adultos com menores de 18 anos se estiverem em função de ensino ou orientação sobre os menores, podendo ter prisão de até 12 anos.
O pai, Eirík Ásmundsson, disse à RUV ter procurado o grupo religioso porque passava por problemas pessoais e familiares e buscava apoio.
O relacionamento foi mantido em sigilo, mas o jovem pai esteve presente ao nascimento do filho e teve contato inicial mas, depois, quase todas as visitas foram interrompidas antes de a criança completar 1 ano.
No entanto, ele foi obrigado a pagar a pensão alimentícia por 18 anos.
O jovem chegou a procurar ajuda ao Ministério da Justiça e do serviço familiar da igreja, na tentativa de acesso ao filho, mas Thórsdótti sempre negou as investidas nesse sentido.
Segundo Kristún Frostadóttir (Aliança Social Democrática), primeira-ministra da Islândia, em coletiva de imprensa, Thórsdótti se reuniu com líderes dos 3 partidos que compõem o governo. “Discutimos as opções e ouvimos seu relato detalhado pela primeira vez nessa reunião e sua decisão foi imediata, renunciando ao cargo”.
O gabinete ainda investiga o caso desde que recebeu a denúncia, há uma semana.
Mesmo com a renúncia, a ex-ministra permanece no Parlamento do seu país como representante do Partido do Povo.