A Câmara Municipal de Itabira também foi palco de uma ação voltada ao Dia Internacional da Mulher, celebrado nesta quarta-feira (8). Promovido pelo gabinete da vereadora Rose Félix (MDB), única representante feminina na Casa do Legislativo, o desfile de profissões reuniu 11 trabalhadoras de diferentes ramos, como segurança pública, saúde, educação e indústria. Também participou do desfile a Miss Itabira Maria Eduarda Lima, que disputará o Miss Minas Gerais em abril.
Ocupar os espaços
Em entrevista à DeFato, Rose Félix salientou que o 8 de março representa um dia de luta. Segundo a parlamentar, o objetivo do evento foi encorajar as mulheres itabiranas a seguirem ocupando espaços antes destinados apenas aos homens.
“É um dia de marcar a luta das mulheres. E a luta inicial das mulheres é por melhores condições de trabalho e igualdade salarial. Então, por hoje as mulheres terem ampliado bastante seu espaço de atuação, ocupando profissões antes destinadas exclusivamente aos homens, decidimos fazer um desfile de profissões, com a marca ‘Dias mulheres virão’. Pretendemos levar esse encorajamento a todas as mulheres itabiranas, para que elas se sintam empoderadas no sentido de entender que podem estar no lugar que quiserem tanto do ponto de vista social, quanto profissional”, comenta.
A mulher na política
Um desses lugares, inclusive, é a política. A emedebista celebra um entendimento maior das mulheres sobre o quão importante é ocupar as cadeiras do Legislativo, viabilizando, dessa forma, ações benéficas ao grupo.
“Pelo meio social que convivo, com mulheres que trabalham no voluntariado e instituições, eu acredito que hoje um maior número de mulheres consegue entender que a representação política é importante. Esse discurso firme de que precisamos estar na Câmara, ocupar os espaços na política, para que tenhamos políticas que, de fato, atendam aos interesses das mulheres. E a forma de enxergar a sociedade da mulher é diferente da forma que o homem enxerga. Então precisamos desse equilíbrio para que as decisões sejam mais harmoniosas, possam atender a todos na sociedade e tragam mais respeito e dignidade às mulheres. Acredito que por falta de representatividade no espaço político, onde as leis e as políticas públicas são criadas, ficamos reféns de violências que acontecem nas ruas, da falta de oportunidades em muitos espaços. É preciso mais representatividade”, pontua a parlamentar.
Sobre sua experiência, em si, na Câmara Municipal de Itabira, Rose Félix revela um certo receio no início. Porém, a vereadora diz se sentir mais pertencente ao espaço hoje, embora isso não impeça que, vez ou outra, ocorram episódios machistas.
“Eu tinha um receio, porque enxergo que a vida pública te exige muito. Nos primeiros meses eu tive alguma dificuldade em lidar com os vereadores, alguns já até revelaram para mim que tinham alguma resistência. ‘Essa mulher, feminista, querendo falar o tempo todo disso aqui’. Mas hoje já consegui me inserir no meio deles, às vezes vejo que tem algumas picuinhas comigo ainda simplesmente pelo fato de eu ser mulher, o tom de voz sobe… então é uma forma até de impor um posicionamento meu diferente do que eu costumo ter. E tem alguns que dependendo do que eu falo no plenário, outros falam pior do que eu falei, mas falam ‘ah, você não podia ter falado isso comigo’. Eu acho que pensa como aquele ditado de que apanhar de mulher é feio. Então tem isso ainda”, conclui.
