Saiba como evitar acidentes com aranhas-marrons; picada pode causar morte se não houver tratamento rápido

Em Minas Gerais, foram registradas 1.213 ocorrências de acidentes com as espécies os últimos três anos

Saiba como evitar acidentes com aranhas-marrons; picada pode causar morte se não houver tratamento rápido
(Foto: Léo Noronha / Funed)

A picada da aranha-marrom é indolor e pode causar desde lesões leves, como vermelhidão, inchaço e bolhas no local, até quadros mais graves, como necroses na pele, complicações circulatórias e renais, e até a morte, se não houver tratamento rápido. Em Minas Gerais, foram registradas 1.213 ocorrências de acidentes com as espécies os últimos três anos, principalmente nas cidades de Manhuaçu, Pouso Alegre e Belo Horizonte, segundo a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG).

A maioria dos acidentes são clinicamente classificados como leves, mas a demora no atendimento médico e soroterápico pode levar ao agravamento dos sintomas e ao aumento da letalidade. Por isso, em caso de acidentes envolvendo animais peçonhentos, é recomendável procurar a unidade de saúde mais próxima o mais rápido possível.

Em Belo Horizonte, o Hospital João XXIII, da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig), é referência para esse tipo de atendimento. De acordo com a SES-MG, a picada da aranha-marrom sem tratamento pode repercutir em lesão de intensidade grave na pele (loxoscelismo cutâneo grave). Geralmente a ferida se torna dolorida e arroxeada, escurecendo aos poucos, e pode evoluir para a necrose após cerca de três dias.

Casos como esses são raros, tanto que nos últimos cinco anos não houve registros de necrose causada pela aranha-marrom no estado.

Ainda de acordo com a secretaria, o tratamento recomendado para as ocorrências de loxoscelismo cutâneo grave, ou cutâneo‐hemolítico, é a administração do soro antiaracnídico, que está disponível em todo o estado.

Dados experimentais revelam que a eficácia da soroterapia é reduzida após 36 horas no loxoscelismo cutâneo, e até o momento não há evidências de que o antiveneno (soroterapia) tenha efeito após 48 horas da picada.

Em relação à forma cutâneo‐hemolítica, o tratamento com soroterapia é indicado em qualquer momento do diagnóstico da hemólise, independentemente do tempo decorrido após o acidente.

Prevenção

A Funed recomenda as seguinte medidas para prevenir acidentes com a aranha-marrom:

  • Evitar o acúmulo de entulhos, folhas secas e lixo;
  • Inspecionar roupas, toalhas e calçados antes de usá-los;
  • Vedar frestas e buracos em assoalhos;
  • Manter ralos de cozinha e de banheiros fechados;
  • Afastar camas e móveis das paredes;
  • Não colocar as mãos diretamente em pedras ou troncos podres.

Identificação

A maioria das espécies de aranhas-marrons, pertencentes ao gênero Loxosceles, são conhecidas pelo padrão de coloração marrom a amarelo-acinzentado. Elas possuem seis olhos dispostos em três pares, têm o cefalotórax (parte anterior do corpo) levemente achatado e apresentam uma mancha escura característica, lembrando o formato de violino nesta região.

São pequenas, atingindo até cerca de 4 centímetros de comprimento com as pernas esticadas, sendo que os machos são menores e possuem as pernas mais longas do que as fêmeas. Além disso, essas aranhas produzem teias irregulares e dispersas, parecidas com algodão.

*Com informações da Agência Minas