São Gonçalo mantém criação de empregos em meio a queda na operação de Brucutu
Suspensão da utilização da barragem de Laranjeiras, que recebe os rejeitos da mina de Brucutu, não afetou o quadro de funcionários
mantidos pela Vale na cidade
Reportagem veiculada na edição 74 do Jornal DeFato Cidades Mineradoras
Em outubro, a Vale comemora 14 anos de implantação da mina de Brucutu, em São Gonçalo do Rio Abaixo. Ao longos desses anos, a mineração proporcionou à cidade uma arrecadação milionária e, consequentemente, a geração de inúmeros postos de emprego. No município, 95% das receitas são oriundas da mineração. Em 2019, São Gonçalo arrecadou na ordem de R$ 160 milhões de Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (Cfem).
Desde dezembro de 2019, a mina de Brucutu opera apenas 40% da capacidade. Após a barragem de Laranjeiras ser elevada ao nível 1 de risco de rompimento e ser paralisada, a Vale vem realizando o processamento a úmido e a filtragem de rejeitos. Conforme o relatório de produção da Vale, referente ao 2º trimestre de 2020, houve queda de 24,9% se comparado ao mesmo período do ano passado. Até 30 de junho foram produzidas 7,8 milhões de toneladas de minério de ferro.
O Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) aponta que o município teve saldo positivo na geração de postos de trabalho entre janeiro e julho. Foram 1.373 admissões contra 1.119 desligamentos, o que resultou em 174 vagas criadas neste período.
A divulgação das vagas acontece, geralmente, através da agência do Sistema Nacional de Emprego (Sine) do município. De acordo o Sine de São Gonçalo, os trabalhadores do município não foram afetados com demissões com a paralisação de Brucutu. A Vale não se posicionou sobre o assunto.
Desde julho de 2018, o poder público e a Vale vêm estreitando a relação e trocando informações sobre a criação de novos postos de trabalho para os sãogonçalenses. A Assessoria de Comunicação da Prefeitura destacou a preocupação do prefeito Antônio Carlos Noronha (PDT) em manter diálogo constante com a direção da Vale. As conversas buscam soluções para aumentar o número vagas de empregos para cidade. Antônio Carlos assina o artigo “Mineração gera empregos e impulsiona desenvolvimento econômico”.
Situação atual de Brucutu
De acordo com relatório trimestral de produção da Vale, alternativas de curto prazo para a disposição de rejeitos, como uso otimizado da barragem Sul, em Barão de Cocais, não se mostraram viáveis. Plano de retomada operacional Segundo a Vale, ações para retomar o site de Brucutu estão em implementação, em colaboração com a Agência Nacional de Mineração (ANM), o Ministério Público e as empresas de auditoria externa.
Um estudo das características geotécnicas da barragem Norte/Laranjeiras é realizado. A expectativa é que o documento fique pronto no terceiro trimestres deste ano. Além disso, a empresa espera concluir a construção da barragem Torto no segundo trimestre de 2021, o que permitirá aumentar a capacidade da planta para 100%.
Contudo, ainda é necessária licença de operação e declaração da condição de estabilidade (DCE) positiva da barragem Torto por avaliação de um auditor externo. A estrutura atenderá a planta de Brucutu até 2022, atingindo 100% de sua capacidade.