Saúde: HNSD realiza ação no Centro de Itabira para conscientizar sobre a prevenção às doenças renais

Em parceria com o Laboratório Silveira, o HNSD também distribuiu 50 vale-exames para realização do teste de creatinina

Saúde: HNSD realiza ação no Centro de Itabira para conscientizar sobre a prevenção às doenças renais
Foto: Guilherme Guerra/DeFato
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Celebrado sempre na segunda quinta-feira do mês de março, o “Dia Mundial do Rim” é uma data dedicada à conscientização da importância dos rins e à prevenção de doenças renais. Em função disso, ontem (14), o Hospital Nossa Senhora das Dores (HNSD) promoveu uma ação no Largo do Batistinha, no Centro de Itabira, para conscientizar sobre os cuidados com a saúde renal dos itabiranos. Durante a intervenção, os itabiranos receberam uma cartilha informativa, garrafas d’água e puderam aferir a pressão gratuitamente. 

Um a cada 10 brasileiros sofrem de doenças renais crônicas (DCR), problema que geralmente é observado após os rins estarem debilitados. Em função disso, a ação do HNSD buscou conscientizar as pessoas a incluírem em seus exames médicos, além do teste  de urina, a dosagem da creatinina – que ajuda a avaliar o nível de comprometimento dos rins. Em parceria com o Laboratório Silveira, foram distribuídos 50 vale-exames para realização do teste. 

Elizamara Carvalho Mendes, enfermeira coordenadora da Hemodiálise do HNSD, esteve presente na ação e destacou em entrevista à DeFato sobre a importância dos cuidados com os rins. Segundo Elizamara, atualmente no Brasil, as duas principais doenças que mais levam pacientes para a terapia renal substitutiva – com a hemodiálise e a diálise peritoneal – são hipertensão e diabetes. “A gente reforça esses cuidados, principalmente para pessoas hipertensas e diabéticas. Cuidem, façam exames regularmente e procurem um médico, para que possam cuidar antes de piorar o quadro. A doença renal é crônica, lenta, progressiva e irreversível”, frisa a enfermeira, lembrando também que em muitos dos casos, o paciente tem de continuar o tratamento de forma definitiva. “É melhor prevenir do que remediar”, finaliza. 

Segundo o médico especialista em nefrologia e vice-prefeito Marco Antônio Gomes (PRD), o Brasil vive uma “verdadeira pandemia de doenças renais”, com 10% da população portadores de alguma doença e cerca de 150 mil pacientes em tratamento dialítico, que só conseguem sair do tratamento intensivo, através do transplante. Por isso, Marco Gomes relembrou da importância da doação de órgãos para auxiliar na diminuição das filas de espera e do sofrimento dos pacientes. Ao comentar sobre o cenário das doenças renais no município, ele disse:

“Hoje, em Itabira, nós temos uma unidade grande, mas não temos mais vagas. Temos duas UTIs, cada uma com 10 leitos e esses pacientes precisam sair para estar fazendo tratamento externo. Há uma demanda aí muito grande e isso nos preocupa”, comentou Marco. 

Marco Gomes também aproveitou o momento para frisar sobre a importância da mudança de hábitos e adoção um estilo de vida mais saudável, sugerindo que os itabiranos mantenham uma dieta equilibrada, sem excesso de sal e gorduras saturadas, evitando o consumo excessivo de álcool e tabaco, promovendo a manutenção do peso e a prática regular de exercícios físicos. 

Foto: Guilherme Guerra/DeFato

Doenças renais crônicas 

As doenças renais crônicas (DCR) são um termo geral para alterações heterogêneas que afetam tanto a estrutura quanto a função renal, com múltiplas causas e múltiplos fatores de risco. Trata-se de uma doença de curso prolongado, que pode parecer benigno, mas que muitas vezes torna-se grave e que na maior parte do tempo tem evolução assintomática.

Na maior parte do tempo, a evolução da doença renal crônica é assintomática, fazendo com que o diagnóstico seja feito tardiamente. Nesses casos, o principal tratamento imediato é o procedimento de hemodiálise.

Cuidados

Os rins são fundamentais no funcionamento do corpo. Eles filtram o sangue e auxiliam na eliminação de toxinas do organismo. A doença renal crônica é silenciosa, não apresenta sintomas e tem registrado crescente prevalência, alta mortalidade e elevados custos para os sistemas de saúde no mundo.

Os principais fatores de risco para as doenças renais crônicas são:

  • Pessoas com diabetes (quer seja do tipo 1 ou do tipo 2);
  • Pessoa hipertensa, definida como valores de pressão arterial acima de 140/90 mmHg em duas medidas com um intervalo de 1 a 2 semanas;
  • Idosos;
  • Portadores de obesidade (IMC > 30 Kg/m²);
  • Histórico de doença do aparelho circulatório (doença coronariana, acidente vascular cerebral, doença vascular periférica, insuficiência cardíaca);
  • Histórico de Doença Renal Crônica na família;
  • Tabagismo;
  • Uso de agentes nefrotóxicos, principalmente medicações que necessitam de ajustes em pacientes com alteração da função renal.

Um dos principais fatores de risco para doença renal crônica é a diabetes e a hipertensão, ambas cuidadas na Atenção Básica, principal porta de entrada para o Sistema Único de Saúde (SUS), em uma das 42.885 Unidades Básicas de Saúde distribuídas em todo o Brasil.

Importante: Muitos fatores estão associados tanto à etiologia quanto à progressão para a perda de função renal. Por estes motivos, é importante reconhecer quem são os indivíduos que estão sob o risco de desenvolver a doença renal crônica, com o objetivo do diagnóstico precoce e início imediato do tratamento.

Diagnóstico

Existem diversas formas de aferir as funções renais, incluindo um exame de urina e exames detalhados dos rins, conforme cada caso. No entanto, do ponto de vista clínico a função excretora é aquela que tem maior correlação com os desfechos clínicos. Todas as funções renais costumam declinar de forma paralela com a sua função excretora. Na prática clínica, a função excretora renal pode ser medida por meio da Taxa de Filtração Glomerular (TFG). 

Para o diagnóstico das doenças renais crônicas são utilizados os seguintes parâmetros:

  • TFG alterada;
  • TFG normal ou próxima do normal, mas com evidência de dano renal ou alteração no exame de imagem;
  • É portador de doença renal crônica qualquer indivíduo que, independente da causa, apresente por pelo menos três meses consecutivos uma TFG<60ml/min/1,73m².

Prevenção

A prevenção das doenças renais crônicas está diretamente relacionada a estilos e condições de vida das pessoas. Tratar e controlar os fatores de risco como diabetes, hipertensão, obesidade, doenças cardiovasculares e tabagismo são as principais formas de prevenir doenças renais. Essas doenças são classificadas como Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT), que respondem por cerca de 36 milhões, ou 63%, das mortes no mundo, com destaque para as doenças do aparelho circulatório, diabetes, câncer e doença respiratória crônica. No Brasil, corresponderam a 68,9% de todas as mortes, no ano de 2016. A ocorrência é muito influenciada pelos estilos e condições de vida.

Em relação ao uso de medicamentos, deve-se orientar que o uso crônico de qualquer tipo de medicação deve ser realizado apenas com orientação médica e deve-se ter cuidado específico com agentes com efeito reconhecidamente nefrotóxico.

Tratamento

O tratamento conservador consiste em controlar os fatores de risco para a progressão da DRC, bem como para os eventos cardiovasculares e mortalidade, com o objetivo de conservar a TFG pelo maior tempo de evolução possível. A pré-diálise consiste na manutenção do tratamento conservador, bem como no preparo adequado para o início da Terapia Renal Substitutiva em paciente com DRC em estágios mais avançados.

A Terapia Renal Substitutiva é uma das modalidades de substituição da função renal por meio dos seguintes procedimentos:

  • Hemodiálise;
  • Diálise peritoneal;
  • Transplante renal.

Para os pacientes com Doença Crônica Renal, o SUS oferta duas modalidades de Terapia Renal Substitutiva (TRS), tratamentos que substituem a função dos rins: a hemodiálise, que bombeia o sangue através de uma máquina e um dialisador, para remover as toxinas do organismo. O tratamento acontece em clínica especializada três vezes por semana. A diálise peritoneal é feita diariamente na casa do paciente e a diálise peritoneal, que é feita por meio da inserção de um catéter flexível no abdômen do paciente, é feita diariamente na casa do paciente, normalmente no período noturno.

***Com informações do Ministério da Saúde

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