Sem aviso, corte de árvores frutíferas em área da Vale revolta moradores do bairro Valença, em Itabira

O espaço pertence à mineradora, mas possui um histórico de utilização compartilhada e os moradores realizam a plantação e manutenção do espaço por conta própria

Sem aviso, corte de árvores frutíferas em área da Vale revolta moradores do bairro Valença, em Itabira
Terreno da Vale no bairro Valença – Foto: Divulgação

Na última terça-feira (17), uma ação realizada por uma empresa terceirizada da mineradora Vale pegou de surpresa os moradores da rua Gênova, no bairro Valença, em Itabira. Árvores frutíferas e outras plantações cultivadas em um lote da empresa foram cortadas sob a alegação de limpeza do terreno. Entretanto, resíduos de mato e outros materiais permaneceram no local, gerando indignação na comunidade.

Corte de árvores - Foto: Divulgação
Corte de árvores – Foto: Divulgação

A área em questão pertence à mineradora, mas possui um histórico de utilização compartilhada. Há alguns anos, foi feito um termo de acordo pecuniário para delimitar a área do terreno de cada uma das partes. Desde então, os moradores realizam a plantação e manutenção do espaço por conta própria.

A população sempre manteve a área limpa e produtiva, cultivando árvores frutíferas, hortaliças e plantas que, além de fornecerem alimentos, contribuem para a preservação ambiental.

Corte de árvores - Foto: Divulgação
Corte de árvores – Foto: Divulgação

Gabriela Drummond, que é moradora do bairro há 15 anos, contou que uma construção recente, feita próxima à propriedade, supostamente estaria infringindo este acordo; entretanto, o morador não foi notificado formalmente. A partir disso, a empresa solicitou a limpeza de todo o terreno.

“Ao invés da Vale vir notificar a pessoa que fez isso e mandar derrubar, eles simplesmente vieram e saíram cortando tudo de todo mundo que tinha aqui dentro”, conta a moradora. 

Corte de árvores - Foto: Divulgação
Corte de árvores – Foto: Divulgação

Falta de comunicação

De acordo com os moradores, não foi feito nenhum tipo de aviso ou notificação prévia sobre a limpeza do lote, nem apresentada uma justificativa para o corte das plantas.

Segundo relatos, a ação foi conduzida com a presença de um representante da segurança patrimonial da Vale. Além das árvores e plantações, foram desmontadas cercas e pequenos galinheiros que podiam ser mantidos no local.

“Sabemos que a área é deles, mas o que custava preservar as árvores ou, pelo menos, avisar a comunidade? O contrato que a própria Vale firmou com os moradores parece não valer mais nada”, desabafou um morador que não quis se identificar.

A população da rua Gênova, ainda questiona sobre os resíduos que foram deixados no local após a derrubada das árvores.

Os residentes agora aguardam um posicionamento oficial da mineradora referente ao ocorrido e sobre os rumos do terreno. O desejo da comunidade é que o diálogo seja retomado, evitando situações similares no futuro.

A Vale foi procurada pelo portal DeFato Online para esclarecer o caso, mas até o momento desta publicação não forneceu uma resposta oficial. O espaço segue aberto para posicionamento da mineradora.

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