Será que não aprendemos nada…

A economista e colunista da DeFato, Rita Mundim, demonstra receio com o futuro Governo Lula

Será que não aprendemos nada…

A discussão e as propostas sinalizadas até agora pela provável equipe econômica do novo governo Lula assustam e causam medo até em Arminio Fraga , economista que atuou à frente do Banco Central no governo de FHC, e que juntamente com Pedro Malan , Edmar Bacha, Pérsio Árida, Henrique Meirelles e outros tantos foram signatários de uma carta em apoio à candidatura de Lula mesmo sabendo que até o último minuto ,antes do começo da votação do segundo turno , o petista fazia questão de dizer que não tinha programa porque ele já havia sido presidente por duas vezes e que o importante era ganhar as eleições para depois discutir com a sua ampla base de apoio o que fazer com a economia.

Economistas renomados juntamente com a maioria da população brasileira deram a Lula um cheque em branco para que ele faça o que quiser com o destino econômico do país.

E agora? Arminio diz que tem medo, Meirelles diz que Lula dilmou, Pérsio Árida viajou e o que temos na mesa é um cardápio indigesto onde a única opção é um Prato Feito requentado chamado mais do mesmo. Antes mesmo de prová-lo na prática, o que só acontecerá a partir do dia primeiro de janeiro, o mercado brasileiro sofre de indigestão e intoxicação alimentar provocada pelo vírus da politicagem que pode levar o país, de novo, ao caos econômico.

O ministro heterodoxo, Fernando Haddad, nomeia um secretário executivo, Gabriel Galípolo, que juntamente com ele defende a moeda única e um Banco Central para o Mercosul. O presidente do BNDES, Aloísio Mercadante, é aquele político que foi destaque no governo Dilma II. Para acomodar ele e outros políticos, a Lei das Estatais já está sendo modificada e poderá contemplar além dos políticos, sindicalistas.

Ao longo da semana passada rumores davam conta da possibilidade de Dilma Roussef ser indicada para a presidência da Petrobras, e, as presidências do Banco do Brasil e da Caixa serão escolhas pessoais de Lula.

Fernando Haddad e Marina Silva estão escalados para o fórum Econômico de Davos com a missão de atraírem investimentos verdes para o Brasil. Será que vão vender a Amazônia ou iniciar o processo de divisão da floresta com as ONGS internacionais? A economia verde vendida pelo governo Lula III será boa para os brasileiros ou para os companheiros internacionais?

Já vimos esse filme antes, Sarney e Dilma provocaram as piores crises econômicas da história, Sarney, a pior do século passado e Dilma, a pior deste século. Ambos abandonaram a ortodoxia e resolveram inventar, criar e pedalar na economia.

O ministro Paulo Guedes profetizou que se retomarmos o caminho do descontrole dos gastos públicos, do uso político dos bancos e empresas estatais para o financiamento de negócios e de grandes empresas escolhidas pelo governo, teríamos de novo, mais do mesmo: disparada da inflação, da taxa de juros, aumento do desemprego e recessão.

Segundo Paulo Guedes, “para virar Argentina seis meses. Para virar a Venezuela, um ano e meio.”

Que o novo Congresso seja capaz de, em nome do povo e pelo bem da economia brasileira, minimizar esse retrocesso.

Rita Mundim é economista, mestre em Administração e especialista em Mercado de Capitais e em Ciências Contábeis

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