Setor mineral cresce 5% no 3º trimestre de 2024, atingindo R$ 56,7 bilhões em faturamento
Com saldo de US$ 8,74 bilhões, a mineração contribuiu para metade do saldo total da balança comercial do Brasil
O setor mineral brasileiro registrou um crescimento de 5% no terceiro trimestre de 2024, comparado ao mesmo período do ano passado, alcançando R$ 56,7 bilhões em faturamento, segundo dados apresentados na quarta-feira (16) pelo Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram). Esse desempenho garantiu à mineração uma contribuição significativa para o saldo da balança comercial do Brasil, com exportações líquidas de US$ 8,74 bilhões, representando 50% do saldo total da balança comercial no período.
Contribuição à economia brasileira
De acordo com o diretor-presidente do Ibram, Raul Jungmann, o resultado expressivo do setor mineral ajudou a compensar a queda de 35% no saldo geral da balança comercial brasileira, que caiu de US$ 26,99 bilhões no terceiro trimestre de 2023 para US$ 17,51 bilhões no terceiro trimestre de 2024. Jungmann destacou a importância do setor para a economia nacional: “O resultado da mineração reflete diretamente no desempenho da economia brasileira. Com segurança jurídica e previsibilidade, a mineração responde com relevantes contribuições econômicas”.
O dirigente também expressou preocupação com a possível inclusão do setor mineral na regulamentação do imposto seletivo, atualmente em debate no Senado Federal, como parte da reforma tributária. Ele argumentou que os minérios são insumos fundamentais para diversas indústrias e para o agronegócio, além de essenciais na transição energética, e não se encaixam na categoria de produtos que deveriam ser tributados por meio de um imposto seletivo, como bebidas alcoólicas ou cigarros.
Empregos e investimentos futuros
O setor mineral segue como uma das principais fontes de geração de empregos no Brasil, somando mais de 221 mil postos diretos e mais de 2 milhões indiretos. Entre janeiro e agosto de 2024, foram criadas 8.786 novas vagas no setor, conforme dados do Ibram.
O setor também projeta investimentos robustos para os próximos anos. Estão previstos US$ 64,5 bilhões em novos projetos entre 2024 e 2028, reforçando o compromisso da indústria com o desenvolvimento econômico sustentável do Brasil.
Acordos estratégicos para impulsionar o setor
O Ibram anunciou ainda a assinatura de convênios com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), com a ApexBrasil e com a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), além de uma parceria da Agência Nacional de Mineração (ANM) com a ABDI.
O objetivo dos acordos é modernizar processos, capacitar mineradoras e atrair investimentos internacionais, além de abrir novas oportunidades de negócios para o setor mineral no exterior.
Arrecadação e exportações minerais
No terceiro trimestre de 2024, o recolhimento de impostos pela mineração cresceu 5%, totalizando R$ 19,6 bilhões. A Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM) somou R$ 2 bilhões no trimestre, beneficiando 2.760 municípios. Minas Gerais, Pará e Goiás lideraram o faturamento do setor, com 41,3%, 31,5% e 4,4% de participação, respectivamente.
O minério de ferro, responsável por 55,4% do faturamento do setor, foi o destaque, gerando R$ 31,4 bilhões. As exportações de minério de ferro somaram 114,2 milhões de toneladas, um aumento de 5,6% em relação ao terceiro trimestre de 2023, e geraram US$ 11,2 bilhões, um crescimento de 0,6%.
Outros minerais também mostraram desempenho relevante no terceiro trimestre de 2024. O cobre respondeu por 9,3% das exportações, o ouro por 8,5% e a bauxita por 51,4%. No entanto, as exportações de ouro caíram 34% em volume, de 22,1 toneladas no terceiro trimestre de 2023 para 14,6 toneladas no terceiro trimestre de 2024, embora o faturamento tenha subido 10%, de US$ 868 milhões para US$ 953,7 milhões. As exportações de manganês registraram queda de 33,8% no trimestre.