Sirenes da Vale tocam por engano em Itabira
As sirenes de alerta das barragens da Vale em Itabira soaram nesta noite de quarta-feira, dia 27, deixando em pânico moradores de vários bairros da cidade. Segundo a atendente do Centro de Controle de Emergência e Comunicação da Vale, número 0800-2850193, as sirenes tocaram por engano. Os técnicos da mineradora já foram acionados e estão […]
As sirenes de alerta das barragens da Vale em Itabira soaram nesta noite de quarta-feira, dia 27, deixando em pânico moradores de vários bairros da cidade. Segundo a atendente do Centro de Controle de Emergência e Comunicação da Vale, número 0800-2850193, as sirenes tocaram por engano. Os técnicos da mineradora já foram acionados e estão nas locais onde as sirenes tocaram para verificar o motivo do acionamento.
Segundo informações da Central de Operações da Polícia Militar (Copom) de Itabira, as sirenes deveriam ter soado somente em Macacos, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, mas, por engano operacional, soram também em Itabira.
Os policiais que estavam nas ruas foram deslocados para os bairros Gabiroba, Praia e Bela Vista para atender chamados de moradores se dizendo desesperados.
O toque das sirenes deixou a população desnorteada. Nas redes sociais, áudios começaram a se espalhar com sons das sirenes e moradores informando sobre o acontecimento. O vereador Jovelindo foi um dos que enviaram áudio. “Boa noite pessoal. Espalhem aí que duas sirenes soaram em Itabira, mas foi erroneamente”, disse.
O vereador Vetão reclamou do erro da Vale. “A Vale só pode estar brincando com Itabira. Em um momento delicado como esse, onde paira no ar o receio de toda população sobre a segurança das barragens, principalmente sobre os mecanismos de fiscalização de sua estabilidade, aciona a sirene erroneamente, assustando o povo e mais uma vez colocando em cheque a segurança deste sistema. Como ocorreu em São Gonçalo do Rio Abaixo na última semana equivocadamente, ocorreu hoje em Itabira, e o povo mais uma vez assustado. Isso nos remete a duas opções: a Vale não tem total domínio sobre esse sistema ou esta escondendo fatos!”, disse.
A situação não é nova. Logo que a sirene alertou para a elevação de risco da barragem Sul Superior da mina Gongo Soco, em Barão de Cocais, na última sexta-feira (22), de 2 para 3, outras sirenes também soaram em São Gonçalo do Rio Abaixo, onde está localizada a mina de Brucutu, a maior de Minas Gerais. O alarme provocou pânico nos moradores do município. Enquanto em Barão a situação era séria, nos arredores da mina de Brucutu tudo não passou de um erro técnico.
Macacos
Nesta noite, a barragem B3/B4, da Mina Mar Azul, da Vale, em Macacos, distrito de Nova Lima, entrou em alerta máximo para o risco de rompimento. As sirenes na região foram acionadas. Esta é segunda vez que as sirenes foram disparadas em pouco mais de um mês, e moradores já haviam sido retirados de suas casas no dia 16 de fevereiro.
O nível de segurança da barragem que estava em 2 foi alterado para 3. A orientação para a mudança do nível de alerta partiu da Agência Nacional de Mineração (ANM). De acordo com a agência, o nível 3 significa “rompimento ou risco eminente de romper”. O fator de segurança não drenado não teria sido atingido, conforme a agência.
De acordo com as primeiras informações, não houve rompimento e não haverá novas retiradas de moradores.
Cerca de 250 pessoas já estão foram de suas casas desde o dia 16 de fevereiro. A Barragem B3/B4 tem aproximadamente 3 milhões de m³ de rejeito. A estrutura é a montante, mesmo modelo das de Brumadinho e de Mariana.
A Vale afirmou que as sirenes serão tocadas de forma preventiva, pois auditores independentes disseram que não atestariam a segurança da estrutura. A empresa disse também que continua adotando medidas preventivas para aumentar a segurança da barragem.