Sororidade: como a união entre mulheres transforma relações
O termo representa a união, o respeito e o apoio entre mulheres, independente de suas diferenças
Em uma sociedade que historicamente colocou as mulheres em posições de competição umas contra as outras, a sororidade surge como um resgate essencial para fortalecer os laços femininos e promover um ambiente mais justo e acolhedor. Mas afinal, o que é sororidade e por que ela é tão importante? O termo representa a união, o respeito e o apoio entre mulheres, independente de suas diferenças.
Entretanto, uma das maiores barreiras para a sororidade são os julgamentos e críticas entre as próprias mulheres. Muitas vezes, a cultura da competição faz com que mulheres sejam as primeiras a apontar erros, criticar escolhas ou invalidar as conquistas umas das outras. Comentários sobre aparência, estilo de vida, carreira ou maternidade ainda são frequentes e reforçam padrões prejudiciais. Quando mulheres se unem para julgar em vez de apoiar, perpetuam um ciclo de desvalorização que só enfraquece o movimento feminino.
A sororidade se manifesta de diversas formas: na escuta ativa de uma amiga que precisa de apoio, no incentivo ao sucesso profissional de outra mulher, na defesa de direitos femininos e na recusa a julgamentos baseados em padrões irreais. Quando mulheres se apoiam, criam redes de suporte que fazem toda a diferença em suas trajetórias.
No mercado de trabalho, por exemplo, a presença feminina ainda enfrenta desafios como desigualdade salarial, assédio e falta de oportunidades em cargos de liderança. No entanto, quando as mulheres se apoiam e impulsionam umas às outras, quebram barreiras e mostram que há espaço para todas.
Na vida pessoal, a sororidade também é poderosa. Ela pode estar na mãe que acolhe a filha sem imposições de padrões, na amiga que valida as dores da outra sem julgamentos ou na desconhecida que defende outra mulher de um comentário machista. Diminuir a cultura de críticas entre mulheres é um passo essencial para construir um ambiente mais solidário e respeitoso.
O termo não significa concordar com tudo ou abrir mão da individualidade, mas sim reconhecer que juntas somos mais fortes. Quando nos unimos, desconstruímos padrões nocivos e criamos um futuro onde o respeito, a empatia e a equidade sejam a base das relações entre mulheres.
O caminho para uma sociedade mais justa e igualitária passa pela sororidade. Precisamos olhar umas para as outras não como concorrentes, mas como aliadas em uma luta que pertence a todas nós. Afinal, quando uma mulher avança, todas avançam.
Sobre a colunista
Juliana Drummond é esposa, mãe e advogada com mais de 20 anos de experiência na área cível e criminal. Também é especialista em Direitos das Mulheres; pós-graduada em Advocacia Feminista pela Escola Superior de Direito, em São Paulo; capacitada em Advocacia com Perspectiva de Gênero pela Escola Brasileira de Direitos das Mulheres; e representante da OAB Itabira na Comissão Especial Enfrentamento a Violência Doméstica da OAB Minas Gerais.