Superintendente da FCCDA presta contas na Câmara de Itabira sem informar valores recebidos e gastos realizados em 2024

No ano passado, durante sua prestação de contas realizada em agosto, Marcos Alcântara também não detalhou por completo as receitas e gastos da Fundação

Superintendente da FCCDA presta contas na Câmara de Itabira sem informar valores recebidos e gastos realizados em 2024
Foto: Guilherme Guerra/DeFato
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O superintendente da Fundação Cultural Carlos Drummond de Andrade (FCCDA), Marcos Alcântara, esteve na Câmara Municipal de Itabira na tarde desta segunda-feira (11) para realizar a sua prestação de contas frente à instituição durante 2024. De forma improvisada (em função da impossibilidade no uso do projetor do plenário), Marcos foi recebido por apenas quatro vereadores e, ao longo de quase 20 minutos, detalhou quais foram os projetos realizados pela FCCDA – ou que tiveram o apoio da instituição durante o ano.

No entanto, o que chamou a atenção durante a fala do gestor cultural, foi o fato de que em nenhum momento da sua apresentação houve o detalhamento dos valores recebidos pela Fundação e das despesas empenhadas para realização das atividades culturais durante todo o ano, como por exemplo: o pré-Carnaval, Carnaval e Festival de Inverno de Itabira. Da mesma forma, não houve nenhum tipo de questionamento por parte de quem deveria fazer tais perguntas: os vereadores. Dos 17 parlamentares da Casa, só estiveram presentes na reunião: Júlio César de Araújo “Contador” (PRD), Carlos Henrique de Oliveira (PDT), Rodrigo Assis “Diguerê” (MDB) e Reinaldo Lacerda (PSB). 

O único dado que Alcântara mencionou em sua apresentação foi a porcentagem de investimentos destinados para “atividades fim”, que são aquelas focadas essencialmente no ramo de atuação. No caso da FCCDA, tais atividades seriam a contratação de artistas, realização de exposições, espetáculos, atividades educativas, entre outras. Atualmente, tais despesas representam 64% dos valores investidos pela Fundação (que não foram divulgados em sua totalidade). Os 36% restantes são voltados para as ‘atividades meio’, como: custeio, contratação de pessoal, diárias e afins. 

Entre as ações culturais promovidas, a única detalhada nesta segunda-feira por Marcos Alcântara foi o programa “Cultura Todo Dia”, que busca incentivar a produção artística local. Segundo os dados apresentados, foram 200 artistas contemplados nos editais, para realização de 150 apresentações que possibilitaram a contratação de 980 profissionais e atingiram mais de 80 mil pessoas. No último tópico do documento obtido pela DeFato – mas que não foi detalhado em plenário -, é informado que o “Cultura Todo Dia” recebeu R$465.364,00 neste ano, tendo recebido R$273.326,00 em 2020; R$472.934,20 em 2021 e outros R$414.558,00 no ano passado. No total, foram empenhados R$1.626.182,20 nas atividades do programa durante o período. 

Foto: Guilherme Guerra/DeFato

Em 2024 foram realizadas pela Fundação Cultural Carlos Drummond de Andrade as seguintes atividades: o Pré-Carnaval e Carnaval de Itabira; as exposições ”Versos em cores”, ”Carta aos amigos” e ”Madeiras do Brasil”; além do 3º Festival da Cultura Tropeira de Ipoema; a Expoita, a quarta edição do Flitabira, a Festa do Trabalhador, o PULSA, Festival Itabira Gospel e os festivais de Inverno de Itabira e o Distrital de Inverno na Serra dos Alves.

Outras ações realizadas pela entidade em 2024 foram o Circuito de Leitura e os projetos “Férias na Biblioteca”, “Saberes na Escola”, “Escola vai ao Teatro”, o “Junho Cultural” no bairro Gabiroba e “Footing”. 

Nenhuma dessas atividades tiveram os valores de investimentos detalhados pela FCCDA na Câmara. 

Em tempo

No ano passado, durante sua prestação de contas realizada em agosto, Marcos Alcântara também não detalhou por completo as receitas e gastos da Fundação. Naquela oportunidade, ele informou que a FCCDA já tinha investido R$5,2 milhões (até aquele momento), mas não disse – tampouco foi questionado – quanto foi empenhado em cada atividade promovida.