Suspensão de bolsas ameaça projetos em andamento na Unifei
Sem verba, não há discentes suficientes para a realização de produções acadêmicas e pesquisas científicas
A suspensão de bolsas para diversos projetos em andamento na Universidade Federal de Itajubá (Unifei), que também tem campus em Itabira, ameaça a realização de novas e de atuais pesquisas na instituição, conforme informações da diretoria da universidade.
Sem as bolsas, que são oferecidas para os alunos de mestrado e doutorado, não há discentes suficientes para a realização de produções acadêmicas e pesquisas científicas.
Uma demonstração da gravidade da situação é o Doutorado em Meio Ambiente e Recursos Hídricos, recém-aprovado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) para a Unifei. No entanto, não há recursos para o pagamento de bolsas para os alunos.
No último dia 2 de setembro, o Ministério da Educação anunciou o corte de 5.613 bolsas da Capes de pós-graduação, mestrado, doutorado e pós-doutorado no país.
Alguns dias depois, na última quarta (11), o ministro da Educação, Abraham Weintraub, anunciou que haveria recursos para 3.182 bolsas, mas 2.431 continuam suspensas.
CNPq
O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), do Ministério da Ciência e Tecnologia, também reduziu a oferta de bolsas destinadas à pesquisa.
Na Unifei, há cerca de 50 projetos de pesquisas registrados no CNPq. Segundo a instituição, as pesquisas afetadas são relevantes e podem trazer benefícios à sociedade.
Porém, o corte de verbas está ameaçando tais trabalhos devido a suspensão e o atraso de repasses. Projetos desenvolvidos que vão desde estudos de energias alternativas e renováveis, biocombustíveis a desenvolvimento de próteses, podem ser interrompidos.
De acordo com a Unifei, as pesquisas mais atingidas com a ausência de recursos são aquelas que necessitam da presença constante do aluno em laboratório ou em trabalho de campo, coletando dados. Contudo, mesmo pesquisas qualitativas também estão tendo o seu desenvolvimento comprometido.
“O corte das bolsas causa um impacto negativo na perspectiva futura dos alunos que poderiam ingressar na carreira acadêmica e de pesquisador, pois a incerteza financeira desestimula e impede o aluno a seguir nessa carreira”, informa a Unifei.
Pesquisa em risco
Devido à falta de disponibilidade orçamentária, o CNPq suspendeu recentemente o financiamento para o projeto do Programa Antártico Brasileiro (Proantar) – “Dinâmica dos processos atmosféricos relacionados à distribuição da camada de ozônio, radiação UV e aerossóis entre as regiões Antártica e Equatorial da América do Sul e conexões associadas”.
Coordenado pelo professor Marcelo de Paula Corrêa, o projeto tem o envolvimento de 23 pesquisadores da Unifei, outras universidades federais, Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e instituições do Chile e Argentina. Neste projeto, o investimento aprovado inicialmente seria de, aproximadamente, R$ 1,3 milhão.
Leia amanhã mais detalhes sobre a suspensão dos recursos para o Proantar e de outras bolsas para pesquisas