Tem sido difícil, mas são tempos de aprendizado nas relações profissionais

Marcelo Silva Ângelo Ferreira participou, de forma colaborativa, da Edição 79 do Jornal DeFato – Cidades Mineradoras. Agora ele se tornou um colunista fixo da DeFato

Tem sido difícil, mas são tempos de aprendizado nas relações profissionais
Foto: Reprodução / Internet
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Como já disse em outra oportunidade, ainda que pese os problemas causados por essa pandemia, não podemos nos esquecer que em algum momento estamos aprendendo muito. A cada piora de cenário, mais aprendizado.

Em diversas oportunidades que estive em contato com amigos empreendedores, me foram relatados inúmeros casos de aprendizado em áreas de suas organizações tendo destaque para as relações Empresa/Empresa, Empresa/Funcionário e Funcionário/Empresa.

A relação Empresa/Empresa sempre existiu baseando-se na premissa de que as negociações têm que ser interessantes para ambos lados. Assim, nos momentos difíceis, como o atual, ambas têm que estarem abertas às negociações. Um bom exemplo que posso citar, trata-se do Lockdown quando o comércio tem que fechar as portas cessando assim de forma traumática sua entrada de caixa e recebíveis e seu contas a pagar tendo que ser honrado. Então nada mais natural haver negociações de prorrogações de títulos, parcelamentos, exclusão de multa e juros dentre outros.

Na relação Empresa/Funcionário, vale a máxima da transparência. Ou seja, o empreendedor deve sempre posicionar aos funcionários o que está acontecendo no mercado e como a pandemia (Lockdown) está afetando e quais as consequências para sua organização. Assim, em caso de reduções de folha de pagamento, despesas, custos, ninguém será pego de surpresa. E, acima de tudo, os funcionários poderão ainda tentar contribuir ao máximo com o empreendedor para salvar a empresa e seu emprego. Logo, aquele esforço adicional, o fim de conversas paralelas, uma sugestão de melhoria para alguma parte da empresa, pode valer à pena como aprendizado.

Finalmente na relação Funcionário/Empresa. Com as medidas provisórias de reduções de salários, muitos funcionários não souberam administrar seu caixa e hoje, passam por dificuldades. Para piorar um pouco, temos que lembrar da dificuldade que as organizações vêm passando, principalmente por causa do fechamento, em não conseguir honrar os compromissos salariais no quinto dia útil. Assim, e sendo mais claro possível, remeto à falta de dinheiro para ambos lados. Nesse caso, recomendo, mais do que nunca, caso não haver outra solução, que não seja à demissão, um acordo entre as partes, onde o funcionário possa receber o máximo a que tem direito dentro da real possibilidade da empresa, e que o empreendedor possa pagar de acordo com sua possibilidade de caixa. Com certeza, em uma boa conversa pode-se chegar a um denominador comum e ainda deixando portas abertas para o futuro.

Logo, como descrito, deve-se haver nesse momento relações transparentes, prevalecendo o bom senso, uma vez que não esteja fácil para ninguém e infelizmente ainda não consigamos prever quando as coisas voltarão ao normal. Tenho certeza de que todos nós estamos trabalhando em prol de um futuro melhor e relações mais saudáveis.

Marcelo Silva Ângelo Ferreira, Doutor e Mestre em Administração de Empresas; Professor na Funcesi; Pesquisador e Empreendedor no Segmento de Serviços. O conteúdo expresso é de total responsabilidade do colunista e não representa a opinião da DeFato.

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