Itabira teve importante diversificação econômica no século XIX, apontam estudos da professora e historiadora Maura Gonçalves de Brito
O livro “Com Luz de Ferreiro” apresenta um estudo completo sobre a situação socioeconômica de Itabira e Minas Gerais no século XIX. A publicação mostra relevantes observações do naturalista francês, Auguste de Saint-Hilaire, durante a sua viagem de Ouro Preto a Itabira do Mato Dentro. O levantamento de Hilaire desmistifica uma velha percepção do senso […]
O livro “Com Luz de Ferreiro” apresenta um estudo completo sobre a situação socioeconômica de Itabira e Minas Gerais no século XIX. A publicação mostra relevantes observações do naturalista francês, Auguste de Saint-Hilaire, durante a sua viagem de Ouro Preto a Itabira do Mato Dentro. O levantamento de Hilaire desmistifica uma velha percepção do senso comum: “a derrocada econômica das Minas Gerais depois da exaustão da exploração das jazidas de ouro das cidades setecentistas”.
O “Com Luz de Ferreiro” tem um foco maior nas estruturas físicas e sociais das forjas de ferro, principalmente em Itabira. Esse modo de produção – bastante característico dos anos 1800 – era desenvolvido por homens livres e escravos. Uma explicação necessária. “Luz de Ferreiro” é a denominação do posicionamento inicial do operário no organograma das fábricas de utensílios de ferro (ou forjas): o aprendiz da profissão.
Em Itabira, destacavam-se duas grandes forjas com complexas estruturas de funcionamento: a do Jirau e a de Santana. A professora e historiadora Maura Silveira Gonçalves de Brito produziu essa importante obra por meio de minuciosa pesquisa no arquivo público de Itabira. A pesquisadora esclarece a motivação de sua realização acadêmica.
“Até parece que a história de Itabira tem só duas fases: o relato do descobrimento (em 1705) e o aparecimento da Cia Vale do Rio Doce, a partir de 1942. O meu objetivo foi mostrar o importante desenvolvimento socioeconômico dos anos 1800. Foi uma fase muito impactante da história da cidade”, assinala.
Maura Silveira é filha de Aluísio Gonçalves – popular professor Aluísio. Ele exerceu o magistério na Escola Estadual Mestre Zeca Amâncio (EEMZA), foi diretor da antiga Faculdade de Ciências Humanas de Itabira (Fachi) e ocupou o mesmo cargo no Colégio Municipal Professora Didi Andrade.
Já a pesquisadora é graduada em História pela Fundação Comunitária de Ensino Superior de Itabira (Funcesi) e lecionou nos seguintes estabelecimentos de ensino da cidade: Escola Estadual Major Lage, Escola Estadual Dona Eleonora Nunes Pereira, Escola Municipal Professora Didi Andrade, Escola Municipal José Gomes Vieira e Colégio Nossa Senhora das Dores.
Depois de certo tempo, Maura se radicou em Ouro Preto, onde fez pós-graduação em Cultura/Arte Barroca e mestrado e doutorado em História, ambos na Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP). A historiadora também cursou restauração de obras de arte pela Fundação de Arte de Ouro Preto (FAOP). Maura participou do programa Sala de Visitas da DeFato.
Na ocasião, relatou detalhes do seu trabalho de pesquisa, fez uma abordagem completa do seu livro e destacou a marcante diversificação econômica da Itabira oitocentista. Assista a íntegra do depoimento na TV DeFato.
Confira a entrevista na íntegra: