Um símbolo da torcida do Cruzeiro: o itabirano Toninho Camarão conta com 100 mil seguidores nas redes sociais
“Eu tenho duas paixões na vida: o Cruzeiro e a minha família”. Assim autodefine-se Antônio Carlos Crispim, pai de três filhos e quatro netos. O famoso itabirano — um símbolo da torcida cruzeirense — faz questão de se apresentar dessa forma. Mas o que Camarão tem a ver com raposa? O apelido teve origem na […]
“Eu tenho duas paixões na vida: o Cruzeiro e a minha família”. Assim autodefine-se Antônio Carlos Crispim, pai de três filhos e quatro netos. O famoso itabirano — um símbolo da torcida cruzeirense — faz questão de se apresentar dessa forma. Mas o que Camarão tem a ver com raposa? O apelido teve origem na área da Vale. “Eu trabalhei na empresa numa época em que a seleção de Camarões fazia muito sucesso. Os meus colegas de trabalho cismaram que eu parecia com Roger Milla [o craque do país africano]. Aí ganhei de presente o apelido”, brinca.
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Mas não é mera coincidência. Camarão jogou nas divisões de base do Valeriodoce Esporte Clube, o nosso Valério, entre 1976 e 1978. “Eu fui um centroavante fazedor de gols. Eu jogava no juvenil e fui um bom jogador. Cheguei a treinar também entre os profissionais”, rememora. A carreira do craque chegou ao fim precocemente. E, por incrível que pareça, o drama aconteceu em uma partida contra o Cruzeiro. “Foi uma situação muito lamentável. Naquela época [década de 1970], não tínhamos os recursos [clínicos] de hoje em dia. Nesse jogo contra a Raposa, eu rompi o ligamento cruzado anterior do joelho. Foi uma lesão muito grave. Então, fui aconselhado a pendurar as chuteiras”.
Mas a história nos gramados não terminaria nessas circunstâncias. Alguns anos mais tarde, o atleta se recuperou e ainda teve destacada participação no futebol amador de Itabira. Atuou pelos times do Campestre F.C e Cento e Cinco Esporte Clube. O goleador encerrou definitivamente a sua trajetória no Alvinopolense (um time da cidade Alvinópolis).
Antônio Carlos exerceu a função de soldador na mineradora Vale até o ano 2000, quando se aposentou. Hoje, ele é um grande sucesso nas redes sociais. O personagem Camarão não só comenta os lances do futebol como representa. Simula conversas telefônicas com cartolas, jogadores, jornalistas e torcedores. E tem uma atração especial nesse enredo. Toninho contracena descontraidamente com dona Nelsinda Mendes, a sua mãe de 92 anos de idade. Em algumas publicações, ela pede ao filho para tratar os atleticanos com carinho. Mas o ator não abre mão desse comportamento. “Eu brinco muito com os atleticanos, mas são brincadeiras sadias, com muito respeito. Inclusive, alguns [atleticanos] são meus seguidores no Tik Tok”, assegura.
A produção do programa “Sala de Visitas” da TV DeFato preparou um cenário exclusivo para receber o influencer cruzeirense. Antônio Carlos tem problemas de locomoção. Há alguns anos, ele submeteu-se a uma cirurgia na coluna. O procedimento não deu certo e deixou sequelas irreversíveis. Hoje, o descontraído torcedor celeste faz uso de muletas. Camarão é também sinônimo de resiliência. Vale a pena conferir a entrevista. Ele relembra sua experiência nos gramados, fala da família, recorda sua vida profissional na mineração e revela o segredo do sucesso nas redes sociais.
