Um ano após privatização, Metrô BH inicia plano de demissão em massa de funcionários
A categoria dos metroviários questiona que a empresa não apresentou um calendário de demissões
No dia 23 de março de 2023, o metrô de Belo Horizonte e Região Metropolitana foi concedido à iniciativa privada por 30 anos. A concessão foi adquirida pela Empresa do Grupo Comporte por R$ 25,7 milhões, em leilão realizado em dezembro de 2022. Marcados pouco mais de 365 dias da administração privada, a empresa deu início a um plano de demissão em massa.
Segundo o Sindicato dos Empregados em Transportes Metroviários e Conexos de Minas Gerais (Sindimetro-MG), até a última quinta-feira (4), 230 funcionários do metrô foram demitidos. Ainda segundo o sindicato, desde o início da gestão da Metrô BH houve uma redução de mais 50% do quadro de empregados.
A categoria questiona que a empresa não apresentou um calendário de demissões. “A metrôBH impôs o plano de demissão e não deu ouvidos para as contrapropostas apresentadas pelo Sindicato – que visam mitigar o forte impacto da perda do emprego”, questiona o Sindimetro.
De acordo com a presidenta do Sindimetro, Alda Lúcia Fernandes dos Santos, o recente desligamento dos 230 trabalhadores aconteceu depois de dois planos de demissão voluntária e um de demissão consensual, totalizando cerca de mil demissões desde a transferência do metrô para a iniciativa privada.
Segundo informações do gabinete de Beatriz Cerqueira, Alda Fernandes denuncia péssimas condições de trabalho, jornadas estressantes, casos de assédio moral e retirada de direitos das mulheres trabalhadoras que, segundo ela, foram as que mais perderam no processo de privatização.