“Uma candidatura representa a família brasileira, a outra, o crime internacional”

Confira o novo texto do colunista Alírio de Oliveira

“Uma candidatura representa a família brasileira, a outra, o crime internacional”
Fotos: Antônio Cruz/Agência Brasil; e Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Para o analista e exilado político venezuelano (no Brasil desde 2017) do site PanAm Post, Roderick Navarro, na edição do dia 6 de outubro, o Brasil está voltado para uma nova eleição presidencial que vai ocorrer no último domingo deste mês. Para Navarro, uma candidatura representa a família brasileira e a outra representa o crime organizado transnacional.

“Independente do resultado, o bolsonarismo se consolidou como a primeira força política do país. O resultado das eleições ocorridas no último dia 2 de outubro não foi o esperado pelos institutos de pesquisa e nem pelos grandes conglomerados de comunicação nacional e estrangeira, já que todos prognosticavam uma vitória definitiva do esquerdista Luiz Inácio Lula da Silva (Lula-PT) já no primeiro turno, com ampla vantagem. O resultado foi bem diferente do esperado, com margem apertada que vai levar a um segundo turno contra Bolsonaro”.

Prossegue: “Porém, além disto, esta eleição deixou várias conclusões sobre como a sociedade brasileira avalia o governo atual em seu desempenho. Vejamos: Na eleição de 2018 o presidente Bolsonaro ajudou a eleger uma bancada de 60 deputados federais. Já nesta eleição conseguiu eleger 100. O parlamento brasileiro é composto por 513 deputados federais, o que significa que a bancada bolsonarista não será frágil.

Há que se recordar que, na eleição passada, vários parlamentares que se elegeram por Bolsonaro traíram seu eleitorado, dando as costas ao governo e tornando-se ferrenha oposição, como é o caso do ex-ator pornô, Alexandre Frota, que foi eleito por 150 mil votos para deputado federal e, agora, só conseguiu 24 mil votos pra deputado estadual por São Paulo, perdendo mais de 80% do seu eleitorado. Outros exemplos famosos são a ex-deputada federal Joice Hasselmann, que na eleição passada teve mais de 1 milhão de votos e desta vez só conseguiu 13 mil votos na tentativa de reeleição, e também a ex-deputada estadual Janaína Pascoal, que foi protagonista no processo de impeachment da ex-presidente Dilma Roussef, que foi a deputada mais votada, com mais de 2milhões de votos em toda a história do país, obtendo agora, somente 447 mil votos para o Senado”.

Fica a pergunta no ar: “Diante dessa lição que deixam os eleitores, quem se atreverá repetir a traição nessa legislatura?”

Ao redor do Senado, a maioria também foi eleita pela onda Bolsonaro. Atualmente, o Partido dos Trabalhadores é a quarta maior bancada, com 8 senadores eleitos. As outras três maiores bancadas são de partidos do chamado “Centrão” , partidos que se mantém ao centro com capacidade para se aliarem a governos de direita ou esquerda no poder.

O presidente Bolsonaro argumenta que é necessário chegar a acordos com partidos políticos que não são da mesma expressão ideológica se quiser governar, como por exemplo, o programa social Auxílio Brasil, que serve como auxílio econômico para mais de 21 milhões de famílias pobres do país, se conseguiu assim!

Com este novo Senado, trocam radicalmente a composição de forças e se prevê que as negociações para uma nova diretiva serão mais renhidas.

Os partidos do “Centrão” ainda não chegaram a um acordo com a bancada do governo ou do Lula e isto poderá definir o futuro do Brasil na próxima década; quem sabe com um novo STF?

Bolsonaro já pôs os pés na estrada à busca de votos para sua reeleição, e alerta o eleitorado o que se pode esperar do país em caso do retorno ao governo do ex-presidiário Lula, citando como exemplo, Daniel Ortega, da Nicarágua, Nicolas Maduro, da Venezuela e Gustavo Petro, da Colômbia, 

Em um ato de campanha em Divinópolis, Bolsonaro ratificou a defesa dos valores cristãos e sua férrea luta contra o comunismo.

Com a recente vitória de Gsutavo Petro na Colômbia, o mapa da região se pintou quase todo de vermelho, sendo que até o momento o Brasil é a exceção, destacada pelo tamanho do seu território, sua grande população e o peso da sua economia, que sob a administração Bolsonaro, voltou a ocupar destaque entre as dez maiores do mundo.

Em menos de dois meses de governo, o novo mandatário colombiano tem demonstrado que sua gestão vai em sintonia com os ideais de Lula. 

Petro se apresentou na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), como um grande defensor da cocaína, minimizando seus danos e efeitos, assegurando que o petróleo e o carbono são mais prejudiciais à humanidade.

Outro que não pode negar sua proximidade com o Lula e também com Petro é Nicolás Maduro. 

De acordo com dados do Governo Federal, confirmados pela ONU, mais de 650 mil refugiados venezuelanos estão acolhidos no Brasil fugindo da miséria que o regime chavista impõe ao seu povo, num país com as maiores reservas de petróleo do mundo.

Em relação a Ortega, Bolsonaro condenou a brutal repressão contra opositores e membros da igreja e lembrou a retirada do ar do canal da CNN na Nicarágua pelo amigo do Lula.

Alírio de Oliveira é jornalista e escreve sobre política em DeFato Online.

O conteúdo expresso é de total responsabilidade do colunista e não representa a opinião da DeFato.

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