Universidade Federal de Lavras, em MG, aprova cotas para pessoas trans

A pró-reitora da UFLA disse que espera que as vagas sejam ofertadas a partir do segundo semestre de 2024

Universidade Federal de Lavras, em MG, aprova cotas para pessoas trans
(Foto: Divulgação/UFLA)

A Universidade Federal de Lavras (UFLA), no Sul de Minas Gerais, aprovou o sistema de cotas para pessoas trans – travestis, transexuais e transgêneros. A instituição é a primeira universidade a adotar a iniciativa no estado e garantiu que será destinada uma vaga a mais, das já disponíveis, em cada curso de graduação nos câmpus de Lavras e São Sebastião do Paraíso.

A UFLA informou que para concorrer às vagas reservadas, o candidato deverá ter concluído integralmente o ensino médio em escolas públicas; realizar as provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem); inscrever-se em Edital próprio de Processo Seletivo específico; e autodeclarar-se como pessoa trans no momento da solicitação da matrícula inicial, conforme Edital do Processo Seletivo, por meio de formulário específico disponibilizado no endereço eletrônico da Diretoria de Registro e Controle Acadêmico (DRCA).

A pró-reitora de Assuntos Estudantis e Comunitários da Universidade Federal de Lavras, professora Elisângela Elena Nunes Carvalho, esclareceu que o candidato poderá concorrer à vaga pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu) e/ou pelo Processo de Avaliação Seriada (PAS).

Ao ser selecionado, passará por uma avaliação interna, uma vez que as vagas reservadas são específicas da Universidade. “Essa seleção interna é necessária, pois as vagas reservadas são supranumerárias, ou seja, será uma vaga a mais das já disponíveis pela Universidade. Diante disso, o candidato precisa passar por uma classificação em caso de empate. No edital, a ser publicado, serão estabelecidos critérios para desempate. Na autodeclaração, o candidato apresentará, se necessário, a declaração de uma entidade, como, por exemplo, a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), que já é uma associação reconhecida na comunidade T”, explica a pró-reitora.

A pró-reitora comenta que a aprovação dessa resolução mostra o comprometimento da Universidade com os princípios de equidade, diversidade e inclusão. “A luta continua, porque não é só aprovar a resolução, todo o sistema tem que ser operacionalizado. Nossa expectativa é de que essas vagas sejam ofertadas até 2024/2”, complementa.