Vale anuncia retomada parcial da minas de Água Limpa em Rio Piracicaba a partir de junho
Operação será pontual, com uso de estrutura existente, e busca impulsionar arrecadação local sem nova lavra
A mineradora Vale anunciou oficialmente a retomada parcial das operações na mina de Água Limpa, localizada em Rio Piracicaba, com início programado para o mês de junho. O comunicado foi feito durante reunião na Câmara Municipal e confirmado por nota da empresa, que esclareceu os moldes limitados da operação.
Segundo a Vale, a retomada visa exclusivamente o processamento de um estoque de minério de ferro já existente na unidade, acumulado durante as obras de manutenção das estruturas geotécnicas. “A operação será pontual, utilizando mão de obra, equipamentos e demais recursos existentes na unidade, com geração de impostos e arrecadação de tributos para os municípios de Rio Piracicaba e Santa Bárbara”, informou a mineradora.
“A Vale inicia, em junho, o processamento de um estoque de minério de ferro proveniente de obras de manutenção das estruturas geotécnicas da Mina de Água Limpa. A operação será pontual, utilizando mão de obra, equipamentos e demais recursos existentes na unidade, com geração de impostos e arrecadação de tributos para os municípios de Rio Piracicaba e Santa Bárbara. Também estão em andamento as atividades de manutenção da mina e da usina, além das obras de descaracterização do empilhamento drenado Vale das Cobras, que reforça o compromisso da Vale com a segurança de seus empregados, das comunidades e do meio ambiente”, informa a nota enviada pela mineradora ao portal DeFato Online.
Reações
O presidente da Câmara Municipal de Rio Piracicaba, vereador Aleksandro José da Silva (Republicanos), recebeu o anúncio como um avanço positivo, mas destacou que a comunidade ainda aguarda uma reativação plena da unidade. “A Câmara sempre esteve vigilante, cobrando insistentemente da Vale um posicionamento claro sobre a situação da Mina de Água Limpa. A retomada, ainda que limitada, sinaliza uma resposta à nossa atuação firme e responsável, mas não podemos considerar que este capítulo esteja encerrado”, declarou em entrevista ao jornal A Notícia, de João Monlevade.
Já o prefeito de Rio Piracicaba, Augusto Henrique da Silva (Cidadania) celebrou a conquista, ressaltando o empenho da administração municipal nas negociações com a mineradora ao longo dos últimos anos. “Foi muita luta. Foram mais de três anos de intensas negociações, inclusive destravando licenças ambientais do Estado por via política”, lembrou o chefe do Executivo, em entrevista ao A Notícia.
Além de prefeito de Rio Piracicaba, Augusto Henrique também ocupa a Diretoria de Municípios Afetados da Associação Brasileira dos Municípios Mineradores (AMIG Brasil) e a presidência da Associação dos Municípios da Microrregião do Médio Rio Piracicaba (Amepi).
De acordo com Augusto Henrique, a operação prevista para começar em 1º de junho será de ritmo mais modesto e servirá como um teste da capacidade operacional da usina após cerca de três anos de paralisação. “Neste momento não haverá lavra — ou seja, extração mineral da cava —, apenas o beneficiamento de minério já estocado”, explicou.
Continuidade e expectativas
Mesmo com o caráter temporário e limitado da retomada, o movimento é visto como importante para a economia local, tanto pela geração de impostos quanto pela expectativa de retorno gradativo das atividades plenas da mina. Ainda não há, contudo, previsão para recontratações ou ampliação da operação.
A retomada parcial reacende também a cobrança por maior clareza e planejamento da empresa em relação ao futuro da unidade, que é considerada estratégica para a economia da região.