Vanessa Portugal defende reestatização da Vale e controle do Estado sobre os recursos minerais durante visita a DeFato

 

Algumas propostas da candidata ao governo de Minas, Vanessa Portugal (PSTU), como reestatização da Vale e domínio do Estado sobre os recursos minerais, interessam diretamente cidades como Itabira e região que vivem da mineração.

 

Para falar desse e de outros assuntos, a candidata visitou o Grupo DeFato nessa terça-feira, 24, durante sua passagem por Itabira. Ela cumpriu agenda política na cidade junto do candidato ao Senado, Efraim Gomes de Moura, do candidato a deputado estadual, Batata (ambos do mesmo partido), e de Marcos Santos, diretor do Sindicato Metabase e apoiador da campanha.

 

Sindicalista e membro do PSTU desde 1997, Vanessa defende uma série de medidas em seu plano de governo baseada em ideais socialistas. O mesmo perfil da executiva estadual e nacional do partido.

 

A candidata defende que o Estado não pode deixar suas maiores riquezas (a mineração e a biodiversidade, por exemplo) na mão de empresas capitalistas, que visam o lucro imediato. “Se empresas como a Vale não tivessem sido privatizadas, o lucro seria do povo”, argumenta, ao dizer que crescimento da empresa também não é responsáve e agride o meio ambiente.
 

Vanessa afirma que com a privatização da mineradora e de outras grandes companhias, os salários e o emprego diminuíram. A inversão dessa situação é “uma plataforma de luta”, diz, ao ressaltar que os lucros são bons apenas para os donos, não para a população.

 

Sobre Itabira se tornar independente da mineração, Efraim (candidato a senador com a inteção de extinguir o Senado) apontou a possível escassez de água no futuro, decorrente, segundo ele, também da atividade minerária, como um problema sério. Vanessa deu exemplo de Congonhas, onde uma comunidade já precisa de abastecimento com caminhões, devido à falta dos recursos hídricos. Em Itabira, com perspectivas não muito boas em relação ao abastecimento, fica difícil atrair novos empreendimentos.

 

A candidata também disse que a questão dos impostos precisa ser revista em Minas. Atualmente, grandes empresas são isentas de vários tipos de tributos enquanto que o cidadão comum paga uma alta carga tributária. Sua intenção, caso eleita, é inverter a lógica: grandes empresas pagarão mais e a população pagará menos. Uma espécie de gestão Robin Hood dos impostos.

 

A tarefa não será fácil, reconhece a candidata, mesmo se vencer as eleições. Mas será uma missão a ser cumprida: lutar por mais igualdade social. “Temos a sensação de que a vida melhorou, mas é apenas sensação. Enquanto o salário mínimo aumentou 53%, as empresas lucraram 400%”, compara, ao falar do alto índice de endividamento dos assalariados, com as ofertas de crédito, e da boa situação para as grandes empresas, com os incentivos para o crescimento.

 

Numa crítica ao governo Aécio, Vanessa também falou dos baixos investimentos na educação e saúde em Minas e disse que é preciso dobrar a capacidade das redes de atendimentos nessas áreas. Para isso, dois passos serão fundamentais: a tributação das grandes empresas e a consequente desoneração da população.

 

Com essa mesma ideologia, o PSTU lançou nestas eleições candidatos a deputado estadual, federal, senador e presidente. Em Minas são dois estaduais e cinco federais. Zé Maria, postulante à Presidência, é também um dos fundadores do PT. Abandonou depois de não concordar com as mudanças de rumo do Partido dos Trabalhadores.