Veja os pontos do plano itabirano de contingência para o período chuvoso apresentado hoje
O documento também envolve o município de São Gonçalo do Rio Abaixo devido a presença de barragem de mineração
A Coordenadoria Municipal de Proteção e Defesa Civil (COMPDEC) e a Prefeitura Municipal de Itabira (PMI) divulgaram hoje (28) o Plano Municipal de Contingência (PLANCON) para o período chuvoso. O evento, que aconteceu no auditório da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, apresentou as ações a curto e médio prazos planejadas para lidar com os desastres causados pelas chuvas em Itabira.
Às 9h, um café da manhã reuniu diversas entidades, entre elas a Funcesi, o Sindicato Metabase de Itabira e Região e agentes de saúde, como as equipes do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e do Hospital Municipal Carlos Chagas (HMCC). Logo após, a coordenadora da Defesa Civil Nilma Macieira exibiu o planejamento que irá orientar a proteção à população itabirana durante o período de chuvas que se aproxima.
O PLANCON
A última vez que o município de Itabira recebeu uma atualização do plano de contingência de chuvas foi em 2014. Dessa forma, a elaboração do PLANCON recém divulgado teve como base dados atualizados que foram levantados por órgãos oficiais. Para orientar as atividades, a equipe estabeleceu cinco processos: prevenção, mitigação, preparação, resposta e recuperação.
O documento foi criado por uma frente ampla que reuniu a Defesa Civil, o Grupo de Gestão Integrada de Risco e Desastres, a Empresa de Desenvolvimento de Itabira (Itaurb) e o Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae). Também contribuíram com a formatação do plano de contingência o gabinete do prefeito Marco Antônio Lage (PSB), a diretoria de Comunicação Social e as secretarias de Administração, Educação, Saúde, Assistência Social, Desenvolvimento Urbano, Meio Ambiente e Obras, Transporte e Trânsito.
De acordo com Nilma, as ações de prevenção estão planejadas para acontecerem na rua Benevides Ferreira dos Santos e rua dos Vereadores, ambas do bairro Gabiroba, além de localidades nos bairros Pedreira e Eldorado.
Uma resposta que precisa ser rápida é a busca por um abrigo em casos de desabamento e desmoronamentos. Caso seja necessário transferir as pessoas atingidas para outros locais, a coordenadora aponta que as escolas são os espaços mais humanizados “porque a gente consegue separar as famílias em salas de aula. Tem um espaço onde tem refeitório disponível, banheiros separados e a gente consegue trazer segurança para aqueles núcleos de famílias”, explica.
Quanto às áreas de recuperação, Nilma alega que já estão previstas quatro obras futuras.
Segundo a coordenadora, as áreas com mais risco de inundações, enxurradas e alagamentos não tem grandes proporções, já que não há tanta ocorrência no município. No entanto, elas também receberam atenção no atual plano de contingência.
O plano ainda envolve a mina Brucutu e a barragem São Gonçalo, localizadas no município de São Gonçalo do Rio Abaixo. A coordenadora explica que essa abrangência se dá pelo fato de ambas as cidades estarem localizadas na mesma Zona de Autossalvamento — mais conhecida por zona de desastre — e também na mesma Zona Secundária de Salvamento (ZSS).
Após a apresentação da coordenadora Nilma, a representante da Vale Juliana Santana celebrou a ação conjunta e alegou que a consultoria oferecida pela mineradora busca as melhores estratégias de contingência ao “considerar as especificidades de cada território”.
O prefeito Marco Antônio Lage fechou o evento frisando a importância do plano para uma cidade com uma topografia montanhosa. “Itabira é uma cidade com muitas encostas, além de todas as questões inerentes à mineração, então é uma cidade que vive com medo”, ressaltou.
Medidas estruturais
Quanto a políticas públicas para as famílias que são constantemente atraídas para áreas de risco, a coordenadora afirma que já existem projetos de habitação em fase de discussão.
A Presidente da Interassociação, Maria das Graças Felipe Lélis “Dadá”, que esteve no evento, comemorou a intenção de ampliar a perspectiva sobre as áreas de risco em Itabira: “Às vezes, o pessoal fica preocupado só com as barragens e não é só barragem que é área de risco”.
Dadá apreciou a maneira como as informações foram passadas no evento e disse estar esperançosa com a união pela organização e execução do projeto apresentado.