Venezuela compara Lula a Bolsonaro por veto brasileiro à sua entrada no Brics

“É uma ação que configura uma agressão à Venezuela e um gesto hostil”, diz a nota emitada pela Venezuela

Venezuela compara Lula a Bolsonaro por veto brasileiro à sua entrada no Brics
Foto: Nicolás Maduro/Facebook

O governo do presidente Nicolás Maduro (Partido Socialista Unido da Venezuela), por meio do Ministério das Relações Exteriores, em nota, classificou o veto pelo Brasil de sua entrada no Brics, nesta quinta-feira (24), como uma agressão, afirmando que a gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) manteve “o pior” de Jair Bolsonaro (PL). 

Pelo documento, a decisão do governo brasileiro “contradiz a natureza e a postura” do bloco e “nenhuma artimanha” será capaz de mudar o curso da Venezuela, que seria um país “livre e sem hegemonismos”. Na oportunidade, Maduro agradeceu ao presidente russo, Vladimir Putin, o convite para participar da Cúpula do Brics em Kazan. Putin era favorável à entrada da Venezuela no bloco.

A nota diz ainda que: “O Itamaraty, liderado pelo embaixador Eduardo Paes Saboia, decidiu manter o veto que Bolsonaro impôs à Venezuela durante anos, reproduzindo o ódio, a exclusão e a intolerância promovida pelos centros de poder ocidentais para impedir, por hora, a entrada da Pátria de Bolívar a essa organização. É uma ação que configura uma agressão à Venezuela e um gesto hostil”.

O bloco do Brics passou por uma recente expansão, Irã, Emirados Árabes Unidos, Etiópia e Egito, em Janeiro, mas a orientação do governo brasileiro à delegação era a de barrar a entrada de novos países. Assim como a Venezuela, também a Nicarágua sofreu veto do governo brasileiro, que rompeu relações com o seu presidente Daniel Ortega em agosto.

Maduro compareceu à Cúpula em Kazan depois do início do evento, mas o Brasil acha que o momento não é propício em virtude da eleição presidencial de 28 de julho, quando o governo brasileiro cobrou da Justiça eleitoral de Venezuela a apresentação das atas que comprovariam a reeleição do ditador. O que não foi feito até o momento. Doze países serão analisados pelo Brics para se tornarem integrantes do bloco.

A nota é finalizada  nos seguintes termos: “O povo venezuelano sente indignação e vergonha por essa agressão inexplicável e imoral do Itamaraty, que manteve a pior das políticas de Jair Bolsonaro contra a Revolução Bolivariana fundada pelo comandante Hugo Chávez”.