Vereador sugere abandonar Restaurante Popular para colocar farmácia no lugar
Obras do Restaurante Popular em Itabira estão paradas; atual governo não concorda com localização do projeto
O assunto do Restaurante Popular de Itabira veio à tona novamente nessa terça-feira, 2 de maio, durante reunião da Câmara de Vereadores. É que o vereador Carlim Filho (PTN) apresentou indicação para que o governo abandone o projeto inicial e utilize o prédio que é construído para abrigar a Farmácia Municipal. De acordo com ele, o município hoje gasta muito dinheiro alugando imóveis para distribuir os remédios e o restaurante naquele local não atenderia o objetivo de beneficiar pessoas carentes.
A continuidade do Restaurante Popular está em xeque desde que Ronaldo Magalhães (PTB) assumiu a Prefeitura. O petebista já afirmou algumas vezes que não concorda com o local em que a obra é feita, na avenida das Rosas, região central de Itabira. Para ele, o ponto não atenderia as camadas mais necessitadas da cidade e contribuiria para impactar negativamente em estabelecimentos desse ramo. “Se funcionar ali, quem que vai alimentar? São pessoas que não precisam de subsídio de alimentação. A maioria das empresas hoje dá vale-alimentação. Nós vamos fechar quantos restaurantes por aí na avenida João Pinheiro, no Caminho Novo, Areão? Não é gostoso ouvir que restaurantes serão fechados. Quantos desempregos vão dar?”, questionou Ronaldo, em entrevista a DeFato Online ainda no final do ano passado.
Carlim Filho seguiu o discurso de Ronaldo e usou até um palavrão para justificar sua proposta: “O Restaurante Popular naquele local vai ‘ferrar’ com os estabelecimentos ali do Centro”. Além disso, o vereador citou o quanto a Prefeitura gasta com aluguel da Farmácia Municipal e o que poderia ser feito com o dinheiro dessa mudança. “Hoje o município gasta R$ 15 mil por mês com aluguel da Farmácia. O quanto de remédio não daria para comprar com esse dinheiro?”, indagou.
Na mesma entrevista que concedeu a DeFato Online no fim do ano passado, o prefeito Ronaldo Magalhães já havia ventilado essa possibilidade de trocar o Restaurante Popular pela Farmácia Municipal. O petebista, no entanto, citou que a destinação exclusiva da verba cedida pelo Governo Federal poderia ser um empecilho. A mudança demandaria uma articulação em Brasília.
A construção do Restaurante Popular foi orçada, em janeiro do ano passado, em R$ 1.569.515,45. A maior parte dos recursos é do Governo Federal, mas o projeto exige uma contrapartida da Prefeitura de Itabira. No início deste ano, o secretário de Obras, Ronaldo Lott, afirmou que a execução ficaria mais cara por causa dos atrasos. A previsão inicial era de que tudo estivesse pronto em 10 meses, ainda em 2016, mas o cronograma não foi cumprido no governo passado e agora a obra está parada.