Vereadores aprovam sinalização de Zema para construção de presídio em Itabira

Um tema bastante discutido em Itabira recentemente ganhou um novo capítulo nos últimos dias. Na última quinta-feira (9), o governador Romeu Zema (Novo) sinalizou que pretende conversar com o prefeito Marco Antônio Lage (PSB) sobre a construção de um presídio na cidade. Segundo ele, a intenção é chegar a uma “condição que seja o melhor para Itabira”. E nesta segunda-feira (13), o portal DeFato repercutiu o tema na Câmara dos Vereadores.

De volta à Casa do Legislativo após cerca de oito meses como secretário municipal de Governo, Bernardo Rosa (Avante) afirmou que já tentava, há um mês, uma reunião que envolvesse os entes mais importantes envolvidos no assunto. De acordo com o parlamentar, todos se mostraram dispostos a participar do encontro, que pode ocorrer ainda neste mês.

“Há um mês, já tínhamos encaminhado vários ofícios para vários órgãos que compõem a segurança pública do estado de Minas Gerais – Procuradoria, SEJUSP, governador, Vale – para termos um diálogo com todos esses atores juntos. Porque eu converso com a Secretaria de Segurança, depois tenho que conversar com a Vale, depois com a Procuradoria… então é melhor sentar todos os atores em uma mesa só e todos responderam que estão abertos ao diálogo. Já tínhamos levado essa tratativa também com o vice-governador, professor Mateus, quando ele esteve em Itabira. Mostramos a necessidade desse diálogo sobre a reabertura, que é mais complicada, ou a construção de uma unidade de pequeno porte”, disse.

O vereador também retificou a declaração dada pelo próprio Marco Antônio Lage, há oito dias, de que não pretendia construir um presídio na cidade. Para Bernardo, o prefeito itabirano não descartou a obra, apenas enfatizou que ela não será realizada com recursos do município.

“O que foi dito pelo Marco Antônio é que ele não quer colocar recursos próprios do município para a construção de um presídio que é responsabilidade do Estado e da Vale, então é isso que iremos cobrar. Ele quer usar os recursos do município para o próprio cidadão”, contemporizou o parlamentar.

Felicidade

Dona de um dos pedidos mais enfáticos para que Itabira volte a ter um presídio, a vereadora Rose Félix (MDB) se disse “contente” com a declaração de Zema. A emebedista salientou, no entanto, esperar que possíveis divergências políticas entre os líderes do município e do estado não influenciem o debate.

“Fiquei bastante contente com a declaração do Zema. Espero que as possíveis divergências políticas, se houverem, do prefeito com o governador não sirvam de empecilho para que essa conversa ocorra. Na semana passada já tive uma conversa informal com a Vale e a OAB para encontrarmos um caminho. Porque se é esse o problema mais urgente que precisamos solucionar no combate à criminalidade em Itabira, para que o itabirano se sinta mais seguro, é esse o problema que precisamos atacar. Isso não foi dito por mim, repito isso todos so dias, foi dito pelas autoridades que militam na área e sofrem o prejuízo de não existir um presídio em Itabira”, opina.

Uma das responsáveis por promover encontros sobre o tema, Rose descarta, a princípio, novas reuniões. Para ela, a missão, agora, é debater a possibilidade de um novo presídio em Itabira em outras instâncias.

“No sentido de exaurir o que a população tem a dizer, acredito que já conseguimos concluir essa etapa. Fizemos várias reuniões aqui, finalizamos com a audiência pública, e agora é reunir com as outras instâncias, como a Secretaria de Estado e Segurança Pública. A declaração do governador já deixa as portas abertas, porque sabemos que o presídio que se avalia construir aqui, a negociação da Vale com o estado direcionou para outra cidade. E de repente um presídio que seria construído em Itabira, com dinheiro da Vale, entrou num pacotão pra ser construído em outra localidade para atender um interesse do estado. Então precisamos continuar amadurecendo o diálogo com Vale, Estado e Prefeitura, e esperamos que isso seja feito de uma forma que olhe para a população itabirana, não olhar divergências políticas, porque acho que esse tipo de olhar só atrapalha a população”.

Por fim, Rose também manifestou o desejo de participar da reunião citada por Bernardo Rosa. “Temos uma comissão para tratar sobre esse assunto, e essa comissão inclui a Câmara dos Vereadores, Polícia Civil, Polícia Militar, Polícia Penal, alguém da população que estava no dia da audiência pública. Então espero que respeitem a formação da comissão”, completa.