Viver a missão construindo a paz

Pelo Batismo, temos a obrigação de “sair de nossa consciência isolada e de nos lançarmos, com ousadia e confiança, na missão de toda a Igreja, transformando as nossas relações”

Viver a missão construindo a paz
Foto: Reprodução
O conteúdo continua após o anúncio


Vivenciamos o Mês Missionário, que tem como tema: “Ide! Da Igreja local aos confins do mundo”, e o lema: “Corações ardentes, pés a caminho”. “Ide” é o mandato de Jesus que define o agir de cada batizado, que deve assumir a missão além dos limites da Comunidade, da Paróquia e da Diocese.

A missão é encontrada, nas Igrejas locais e em todos os batizados, é o chamado para anunciar o Evangelho. A Igreja existe para a missão. (…) Pelo Batismo, temos a obrigação de “sair de nossa consciência isolada e de nos lançarmos, com ousadia e confiança, na missão de toda a Igreja…, transformando as nossas relações…, as nossas práticas pastorais… e projetando-nos à missão ad gentes — Além Fronteiras” (Documento de Aparecida, 363, 368, 370 e 376).

O Papa Francisco, para o Dia Mundial das Missões deste ano, escolheu um tema que se inspira na História dos discípulos de Emaús, narrada por Lucas no seu Evangelho (cf. 24, 13-35): “Corações ardentes, pés ao caminho”. “Aqueles dois discípulos estavam confusos e desiludidos, mas o encontro com Cristo na Palavra e no Pão partido acendeu neles o entusiasmo para pôr os pés no caminho rumo a Jerusalém e anunciar que o Senhor tinha verdadeiramente ressuscitado”.

Discípulas missionárias são as mulheres e os homens missionários, são aqueles que põem os pés no caminho, cativados e movidos pelo amor de Cristo, que lhes faz arder o coração. Os pés dos discípulos missionários estão fincados na realidade da própria Igreja local e da realidade que os circunda.

Para que aconteça a paz, devemos partir do princípio de que não deve haver violência e guerras. Assim nos fala o Papa Francisco: “As guerras são sempre uma derrota. O Papa tem manifestado sua preocupação com o cerco total sob o qual os palestinos vivem em Gaza, onde também houve muitas vítimas inocentes. O terrorismo e o extremismo não ajudam a chegar a uma solução para o conflito entre israelenses e palestinos, mas alimentam o ódio, a violência e a vingança e somente com que os outros sofram…

Com a guerra há milhões de pessoas que perdem tudo, mas também poucas que ganham milhões. É desanimador até mesmo suspeitar que muitas das guerras modernas são travadas para promover armas. Isso não pode continuar. Peço aos responsáveis pelas nações, em nome de Deus, que assumam o compromisso resoluto de pôr um fim ao comércio de armas que causa tantas vítimas inocentes”.

A violência tem a sua origem no reduto da maldade do coração humano. Nasce do ódio, da vingança, da ambição, etc. Outras vezes, vem acompanhada, quase inevitavelmente, de uma vida de marginalização social.

A UNESCO – Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura – no manifesto por uma cultura de paz e não violência, defende seis pontos: Respeitar a vida, Rejeitar a violência, Ser generoso, Ouvir para compreender, Preservar o planeta e Redescobrir a solidariedade.

Jesus nos ensina: “Todas as vezes que fizestes isso a um desses meus irmãos mais pequeninos, é a mim que fizestes” (Mt 25,40). Cada cidadão e cada governante devem agir de modo a evitar todas as formas de violência contra as pessoas. Afinal Violência gera somente violência.

Diante da violência e das guerras faz-se necessário despertar a consciência das pessoas para a cultura da paz, que  diz respeito a uma visão de mundo que privilegia o diálogo e a mediação para resolver conflitos, abandonando atitudes e ações violentas e respeitando a diversidade dos modos de pensar e agir.

Nós podemos ser construtores da paz em nossa família, em nossas comunidades de fé, promovendo espaços de oração e zelando para que as ações de violência não predominem.

Padre Hideraldo Verissimo Vieira é pároco na Paróquia Nossa Senhora da Conceição Aparecida – João XXIII – Itabira e licenciado em Filosofia – UFJF, com especialização em Ensino Religioso – PUC Minas.

O conteúdo expresso é de total responsabilidade do colunista e não representa a opinião da DeFato.

MAIS NOTÍCIAS