Volta da torcida ao Mineirão é marcada por aglomerações e desrespeito

Cerca de 18 mil torcedores puderam assistir ao jogo do Galo pela Libertadores e, o que se viu, foi o total descumprimento dos protocolos de segurança contra Covid-19

Volta da torcida ao Mineirão é marcada por aglomerações e desrespeito
Foto: Alexandre Guzanshe / EM / D. A Press

O que se assistiu na noite dessa quarta-feira (19), durante o retorno dos torcedores ao Mineirão, foi um grande desrespeito aos protocolos impostos pela pandemia do novo coronavírus. Se era para manter o distanciamento, evitar abraços, usar máscaras e fazer o uso de álcool em gel, não deu certo. Essas não foram as imagens vistas ontem.

O jogo entre Atlético Mineiro e River Plate, pelas quartas de final da Libertadores, marcou a volta do público aos estádios de futebol em Belo Horizonte. Apesar da diretoria do Galo e da administração do Mineirão se esforçarem para cumprir os protocolos exigidos pelas autoridades sanitárias, o torcedor não colaborou.

Embora o Mineirão tenha recebido apenas 30% de sua capacidade, cerca de 18 mil torcedores, o atleticano insistiu em tomar sua cerveja do lado de fora antes da partida, não usar máscara e se aglomerar em frente aos portões de entrada do estádio.

Mesmo depois do Mineirão abrir todos os seus setores e portões, ainda foram registrados pontos de tumulto na conferência dos documentos obrigatórios, como teste de Covid e comprovação de ter recebido as duas doses de vacina.

O decreto municipal da Prefeitura de Belo Horizonte, que liberou o público, estabeleceu um distanciamento de 1 m entre grupos familiares. A norma ficou só no papel. Os assentos foram demarcados para evitar a aproximação de desconhecidos, mas poucos respeitaram. Houve muita fila nos bares e nos banheiros, também, sem distanciamento.

Kalil decepcionado

Em entrevista coletiva na manhã dessa quinta-feira (19), o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil, criticou o comportamentos dos torcedores e o desrespeito aos protocolos sanitários necessários ao combate à pandemia. Kalil afirmou que “do jeito que foi, não vai ter mais”.

“Não tenho menor receio de voltar tudo pra trás. Estão enganados pensando que ‘porque é o Atlético ele não vai fazer nada’. Não vou fazer uma ova. Se era o evento teste, não passou e não vai acontecer de novo se for nesse molde. Mas, podemos aprimorar”, ponderou.

Kalil disse que se sentiu pessoalmente ofendido. “Foi um desrespeito com o prefeito de BH. O prefeito, burro que é, aceitou que eles iam cumprir. Foi bom o resultado, meu coração é atleticano mas, quando vi essas cenas me desesperei”, disse.

O chefe do Executivo da capital reforçou ainda que também vai chamar o Cruzeiro e que espera poder contar com sua torcida, em partida desta sexta-feira (20) pela série B do Brasileirão, para uma conversa. “A gente quer melhorar, ajudar, fazer tudo pra compensar. Vi torcida organizada (no estádio), e, pelo preço, não poderia estar lá. Quero apurar isso”, argumentou.

Violência pós-jogo

Além dos problemas causados pela torcida dentro do Mineirão, a euforia da vitória atleticana também terminou em violência. A festa dos torcedores, que comemoravam o resultado de 3 x 1 sobre o River Plate, acontecia de forma tranquila em bares do bairro Horto, na região Leste de Belo Horizonte.

Porém, assim que a partida foi encerrada, começou um empurra-empurra entre os torcedores, que chegaram a invadir as pistas e cercaram os carros que passavam. Tiros também foram disparos. A Polícia Militar foi acionada e acompanhou a dispersão no local. Não houve registro de feridos.

Confira mais conteúdos sobre o Atlético no vídeo a seguir: