Zema indica que duplicação da MG-434, que liga Itabira à BR-381, não deve acontecer tão cedo
Governo de Minas Gerais deve priorizar a recuperação viária de outros trechos considerados mais problemáticos
O governador Romeu Zema (Novo) esteve na última quinta-feira (22) em Bom Jesus do Amparo para a inauguração da sede do Sindicato dos Produtores Rurais do município. Na ocasião, em entrevista à reportagem do portal DeFato e da rádio Caraça, ele falou sobre a duplicação da MG-434, que liga Itabira ao trevo da BR-381, e sinalizou que o empreendimento não deve ser realizado em breve, já que o governo de Minas Gerais tem priorizado a recuperação de outros trechos considerados mais problemáticos.
“Nesses quatro anos e meio nós tivemos avanços expressivos em Minas, mas ainda temos muito o que fazer. Neste momento nós estamos recuperando diversas estradas, lembrando que nós temos asfalto novo excluindo o [asfalto] do passado, que tem mais de dez anos de execução. Então a nossa malha viária hoje demanda reparos frequentes, pois nós estamos falando de um asfalto velho em boa parte do Estado, mas nós estamos avançando”, explicou Zema.
“Todo mês que passa o percentual de estradas ruins diminui. Mas, primeiro, precisamos recuperar esses trechos que em algumas regiões estão quase que intransitáveis e assim que essa etapa terminar nós queremos sim duplicar, melhorar outros trechos, colocando terceiras faixas em vários estradas em que o movimento aumentou muito e que demanda esse tipo de obra”, disse Zema.
A duplicação das MGs 434 e 129 é um pleito antigo da região. Em 2019, o então prefeito de Itabira Ronaldo Magalhães (à época no PTB e hoje no União Brasil) chegou a firmar um acordo com o Departamento de Edificações e Estradas de Rodagem (DER-MG) para o empreendimento, com o município ficando responsável por elaborar o projeto executivo e captar parceiros para custear a iniciativa.
Em 2021, já na gestão Marco Antônio Lage (PSB), a Prefeitura de Itabira informou que o projeto conceitual para a obra viária está pronto — tendo sido elaborado pelo engenheiro José Maciel de Paiva, que à época era secretário municipal de Obras, Transporte e Trânsito, mas atualmente não compõe mais a equipe de governo. Na ocasião, o custo do empreendimento foi avaliado em R$ 290 milhões.
Esse projeto, inclusive, foi apresentado a Romeu Zema pelo prefeito Marco Antônio Lage em agosto de 2021, em uma reunião realizada na Cidade Administrativa, em Belo Horizonte. Porém, desde então, pouca coisa avançou em relação à duplicação das MGs 434 e 129.
BR-381
Outro tópico abordado por Romeu Zema durante a entrevista foi a concessão e duplicação das BR-381 e BR-262, principal corredor de tráfego entre Minas Gerais e Espírito Santo. O governador destacou a qualificação do projeto viário durante a reunião do Conselho do Programa de Parcerias de Investimentos (CPPI) do Ministério da Infraestrutura, o que indica prioridade da iniciativa no programa de concessões da União.
“Nós temos tentado junto ao governo federal resolvermos essa questão de décadas que é a duplicação das BR-381 e BR-262, que conecta a capital [Belo Horizonte] ao Espírito Santo, e finalmente parece que nós teremos aí [a duplicação], pois foi anunciado hoje [ontem] pelo Ministério da Infraestrutura um projeto de concessão da BR-381, que terá aporte [financeiro] tanto do governo de Minas quanto do governo do Espírito Santo através do acordo [de reparação] da tragédia de Mariana. Então espero que neste ano ainda nós venhamos a ter essa concessão realizada”, comentou Zema.
De acordo com o Ministério da Infraestrutura, a concessão da BR-381 soma R$ 8,8 bilhões, considerando novos investimentos e despesas operacionais ao longo de 30 anos. Serão 304 km de pistas concedidas à iniciativa privada, com projeção de gerar 73.588 empregos durante todo o processo — o lançamento do edital deve ocorrer até o quarto trimestre de 2023.
“Infelizmente há um ano e meio ela [concessão] foi tentada e deu vazio, mas com esse aporte que Minas e o Espírito Santo se comprometem a fazer com toda certeza esse projeto ficará de pé e nós teremos interessados. Então, pra mim, é um ponto de honra nessa segunda gestão pelo menos assistir essas obras serem iniciadas e, se possível, já estarem em um estágio avançado porque essa região [Médio Piracicaba] e o Vale do Aço dependem muito dessa conexão adequada com a capital e também com o litoral, onde tem o acesso aos portos para exportação”, ponderou Zema.