45% dos pacientes com suspeita de Covid-19 descumprem isolamento domiciliar em Ipatinga

Até sábado (27), o município havia registrado 1.749 casos confirmados de coronavírus e 4.270 casos suspeitos. A taxa de ocupação dos leitos de UTI SUS no município é de 103%

45% dos pacientes com suspeita de Covid-19 descumprem isolamento domiciliar em Ipatinga
Desrespeito a protocolo sanitário dificulta testes rápidos domiciliares e faz alastrar a contaminação pela doença – Foto: Divulgação/Secom PMI

Todo paciente que apresente sintomas de coronavírus e procura o serviço de saúde, sendo ele público ou privado, a partir da consulta médica é orientado a cumprir um período de quarentena, no município de Ipatinga. O procedimento é uma das medidas de prevenção para evitar a proliferação da Covid-19. Porém, segundo balanço realizado pela Secretaria Municipal de Saúde, muitos estão infringindo a orientação sanitária. Pelo menos 45% das pessoas que já foram notificadas na cidade e deveriam estar cumprindo o isolamento domiciliar descumprem a recomendação.

O levantamento tem como subsídio a realização dos testes rápidos que o município vem executando nos domicílios em atendimento aos pacientes notificados. No sábado (27), Ipatinga registrou a 39ª morte em decorrência da Covid-19. Até a data, o município havia registrado 1.749 casos confirmados de coronavírus e 4.270 casos suspeitos. A taxa de ocupação dos leitos de UTI SUS no município é de 103%. Os dados levam em conta todos os leitos de UTI disponíveis, sejam exclusivos para casos de coronavírus ou não.

“O nosso teste rápido é realizado entre o 10º e o 12º dia após o primeiro sintoma apresentado pelo paciente. Esse período foi pré-estabelecido, uma vez que há uma melhor resposta imunológica para o resultado do teste neste tempo. Diante disso, diariamente equipes de saúde se deslocam aos domicílios dos pacientes que foram notificados como suspeitos e estão aptos para realizar o exame. Mas, infelizmente, 45% não são localizados no endereço indicado no cadastro”, ponderou a secretária de Saúde, Érica Dias.

Ela lamenta a situação e lembra que o isolamento domiciliar, feita corretamente, evita a propagação da doença. Além disso, Érica Dias comenta sobre a “perda de tempo” no que diz respeito à ida do profissional da saúde até a casa do paciente, sem que ele se encontre lá.

“Acaba que o teste não é realizado, e o município perde no quesito de registro epidemiológico. E a equipe de saúde poderia estar empenhada em uma outra função num momento em que esses profissionais são essenciais ”, esclareceu a secretária de saúde.

O município argumenta que a não realização dos testes rápidos, em casos já contabilizados como suspeitos, prejudica o monitoramento da situação epidemiológica da cidade, comprometendo a realidade dos números.