Participantes criam protótipos tecnológicos em 3 dias no Startup Weekend Maker Itabira

Itabira é a segunda cidade da América Latina a realizar o evento com a filosofia “maker”, que incentiva os participantes a colocarem a mão na massa e entregarem o produto já em funcionamento

Participantes criam protótipos tecnológicos em 3 dias no Startup Weekend Maker Itabira
Participantes tiveram que entregar protótipo pronto após 54 horas de evento – Rodrigo Andrade/DeFato

Cinquenta e quatro horas on fire! Foi assim para os participantes do 1º Startup Weekend Maker Itabira, que chegou a fim nesse domingo, 25 de março, na Unifei. Os integrantes do projeto tiveram menos de três dias para pensar, elaborar e colocar para funcionar protótipos de base tecnológica que possam ser comercializados no mercado. Ao todo, cerca de 70 futuros empreendedores, entre estudantes e representantes de outros segmentos, se aventuraram na ideia.

Maker, em tradução literal para o português, é criar. Na cultura da inovação, o termo está relacionado a “colocar a mão na massa”. Diferentemente dos outros startups weekends já realizados em Itabira, neste os participantes tiveram que entregar o hardware pronto e funcionando. Depois, ainda precisaram “vender” o produto a uma banca de jurados. Os três melhores avaliados receberam premiações.

Unifei Itabira sediou o Startup Weekend Maker Itabira – Rodrigo Andrade/DeFato

Para cumprirem o desafio no prazo, os participantes contaram com uma estrutura preparada para auxiliá-los a criar os produtos. Mentores com experiência no mercado da inovação foram disponibilizados para ajudar a validar as ideias. Os integrantes foram divididos em nove grupos, cada um com uma startup diferente.

No mapa da inovação

Itabira é apenas a segunda cidade da América Latina a promover o Startup Weekend Maker. A outra é Itajubá, sede da Unifei. Outros países que realizam o evento são Estados Unidos, Egito e França.

Para a organizadora voluntária do evento, Denise Alvarenga, a cidade tem muito da característica “maker” e precisa investir nesta cultura se quiser alcançar a diversificação econômica. “O itabirano é bem ‘maker’. Ele é de fazer adaptações. A própria Vale só conseguiu promover o boom econômico por várias adaptações. Aqui estamos em uma universidade de engenharia, com várias equipes que se adaptaram. Ser maker é isto”, comentou.

Agente de inovação indicado pelo Governo de Minas Gerais para atuar em Itabira, João Miguel Silva Abreu concorda com a avaliação de Denise. Para ele, Itabira precisa apenas se descobrir uma cidade “maker”. “As pessoas estão conhecendo mais esse modelo de negócio, aprendendo mais sobre a metodologia que pode ser levada não só para o empreendedorismo como para a vida”, avalia. “A gente vê que a tendência mundial de inovação é esta questão maker. São empresas de hardware que entregam um produto com valor agregado”, completa.

Diversos projetos surgiram durante o evento – Rodrigo Andrade/DeFato

Tanto Denise quanto João Miguel dão créditos à Unifei para o desenvolvimento dessa nova cultura em Itabira. A cidade ainda é extremamente dependente da mineração, e o investimento em tecnologia e inovação é visto como a principal alternativa econômica atualmente. Tanto que o município tem financiado um coworking público, chamado de ItabiraHub, para acomodação de startups.

“Itabira, hoje, vive um momento que é o contrário do que vivia anteriormente. Antes, as pessoas daqui precisavam sair para buscar as informações. Hoje, a gente recebe quem busca as informações. Cabe a nós fomentar e ser parceiros deste projeto. A cada dia nós estamos criando esta parceria de forma que aconteçam os resultados. É assim que acontece a diversificação econômica, saindo do cenário extrativista para a economia da inovação e do conhecimento”, analisa o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia, Inovação e Turismo, José Don Carlos, que foi um dos mentores no evento.

Secretário Don Carlos acredita em novo panorama para Itabira com a inovação – Rodrigo Andrade/DeFato

Novas perspectivas

O primeiro lugar do Startup Weekend Maker Itabira ficou com o grupo Aquatec, que criou um dispositivo de monitoramento remoto por meio de sensoriamento da rede de água. O segundo foi para a Lhama Automotivo, com um hardware que permite análise remota do uso de veículos e gamificação envolvendo condutores. Já o terceiro colocado foi a Cardiobeat, criadora de um eletrocardiograma pessoal portátil.

Estudante do quinto período de Engenharia de Produção da Unifei Itabira, Gian Berbert Souza, não estava nas equipes que ficaram nos três primeiros lugares. Apesar disso, ele avalia que o SWM Itabira contribuirá diretamente para sua vida e seu futuro como empreendedor. “Nem o ganhador e nem o que fica em último são mundos avaliados de forma diferente. Quem fica em último em votação e nota pode ser o que mais se dá bem no futuro”, diz.

Cerca de 70 pessoas participaram do SWM Itabira – Rodrigo Andrade/DeFato

“O que começa aqui, primeiramente, é o contato com pessoas que você não conhecia antes. Isso é incentivado. E os projetos que começam aqui tendem a se desenvolver, mas depende da vontade das pessoas. Se o projeto for levado de coração, é possível levar adiante. Claro que os problemas vão acontecer, mas é só assim que a gente consegue corrigir as possíveis falhas no futuro”, avalia o estudante, natural de Lajinha, em Minas Gerais.

Uma das juradas no evento era a prefeita interina de Itabira, Dalma Barcelos. Ela afirmou que o Startup Weekend Maker não refletirá positivamente apenas para os participantes, mas também para o município de uma forma geral. “Todos os projetos pensados aqui são muito bons, realmente facilitam a vida do cidadão e das empresas. Isso é tudo de bom para o desenvolvimento de Itabira. As pessoas em movimento, a troca de informações, isso que traz o desenvolvimento e transforma a cidade. Eu tenho muita fé nesta garotada das universidades”, pontua.

Prefeita interina Dalma Barcelos integrou banca de jurados – Rodrigo Andrade/DeFato

Os vencedores do Startup Weekend Maker Itabira ganharam:

1º Lugar

– Todos os membros receberão 100% de desconto no Hack town, em Santa Rita do Sapucaí;

– Todos os membros receberão 100% de desconto em um curso da empresa Dágora;

– US$ 300,00 dólares em produtos Microsoft por mês durante três anos;

– Prototipagem custeada pelo Fab Lab da ISVOR; – Uma viagem ao San Pedro Valley em Belo Horizonte custeado pelo Sebrae;

– Um espaço para a equipe demonstrar seu produto dentro do Win 2018;

– Uma vaga para a equipe no coworking público da cidade, o Itabira HUB.

2º Lugar

– Todos os membros receberão 75% de desconto no Hack town, em Santa Rita do Sapucaí;

– Todos os membros receberão 75% de desconto em um curso da empresa Dágora;

– US$ 300,00 dólares em produtos Microsoft por mês durante três anos;

– Uma viagem ao San Pedro Valley em Belo Horizonte custeado pelo Sebrae;

– Um espaço para a equipe demonstrar seu produto dentro do Win 2018;

– Uma vaga para a equipe no coworking público da cidade, o Itabira HUB.

3º Lugar

– Todos os membros receberão 25% de desconto no Hack town, em Santa Rita do Sapucaí;

– Todos os membros receberão 25% de desconto em um curso da empresa Dágora;

– US$ 300,00 dólares em produtos Microsoft por mês durante três anos;

– Uma viagem ao San Pedro Valley em Belo Horizonte custeado pelo Sebrae;

– Um espaço para a equipe demonstrar seu produto dentro do Win 2018;

– Uma vaga para a equipe no coworking público da cidade, o Itabira HUB.

 


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