No último ano, Lei Maria da Penha foi responsável por 2507 procedimentos judiciais em Itabira

Parlamento Jovem discutiu a violência contra as mulheres em uma mesa de debates na Câmara de Vereadores

No último ano, Lei Maria da Penha foi responsável por 2507 procedimentos judiciais em Itabira
Os representantes da mesa de debates
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A Lei Maria da Pena, instituída no ano de 2006, cria mecanismos para coibir a violência à mulher, mas ainda assim dados atuais mostram que há bastante trabalho de conscientização a ser feito. Informações oficiais apontam que no ano de 2017, Itabira teve pela lei Maria da Pena, 122 prisões em flagrantes, 84 cumprimentos de pena e 2507 procedimentos judiciários.

Os números foram mostrados na manhã desta quarta-feira, 11 de julho, durante uma mesa de debates da Câmara de Vereadores. Com o tema “Violência contra a mulher”, participantes do programa Parlamento Jovem, em parceria com a Comissão Municipal de Enfrentamento à Violência Sexual e Doméstica, falaram sobre o assunto. O projeto discute a temática da violência de gênero neste ano.

Participaram do debate a presidente da Comissão de Enfrentamento, Fátima Alves; o professor de direito da Funcesi, Leonardo Sette; o delegado Paulo Campos; a vice-prefeita Dalma Barcelos; o vice-presidente da Câmara, André Viana; a juíza Cibele Barroso; e o tenente da Polícia Militar, Fabrício Salazar.

De acordo com o tenente Fabrício, os números de violência à mulher na cidade são significativos, mas poderiam ser ainda maiores. Ele adverte que o medo ainda impera entre as vítimas, reduzindo o número de denúncias, o que dificulta o trabalho da polícia. O militar ainda lembrou que, mesmo após a atuação, é realizado um acompanhamento de segurança à vítima.

A vice-prefeita Dalma, que é a primeira mulher a ocupar tal cargo no executivo, chamou a atenção para a importância de se debater o assunto, principalmente entre os jovens, citados por ela como a “esperança futura da comunidade”. “Sabemos que isso foi muito tempo ocultado, a violência era culturalmente aceita, ninguém denunciava e por isso temos esse atraso moral e até espiritual. Todos somos iguais, gerados da mesma forma. Por que a mulher teria que ser diferente?”, questionou.

Apesar dos números alarmantes, a juíza Cibele Barroso, chamou a atenção para um dado satisfatório na cidade: o número de mulheres no Judiciário. Ela traçou um paralelo com o resto do país. “No Brasil, infelizmente, essa proporção não se mantém, mas, em Itabira, dos seis juízes atuantes, cinco são do gênero feminino. Nosso judiciário tem representatividade”, disse.

O vice-presidente da Câmara, André Viana, citou casos de violência de gênero, como o assassinato da modelo Eliza Samúdio em 2010, e os diversos assédios à jornalistas mostrados ao vivo durante a Copa do Mundo. “Temos que conscientizar as novas gerações para que se resgate o respeito às mulheres”, afirmou.

O Parlamento Jovem voltará a debater o tema da violência contra as mulheres no mês que vem, em João Monlevade. A etapa regional acontece no dia 17 de agosto.