Mesmo após primeira morte por coronavírus, Centro de Itabira continua lotado
Suspensão dos alvarás dos comércios foi a medida mais drástica adotada pela Prefeitura de Itabira para o combate da ameaça do coronavírus
No próximo sábado (18) completa um mês que estabelecimentos de Itabira tiveram que fechar as portas em virtude de estratégia para combater a proliferação do novo coronavírus. Primeiro por decreto municipal e depois por determinação do Governo do Estado, só estão autorizados a funcionar aquelas empresas consideradas de ramos essenciais.
A cidade hoje soma cerca de 300 casos suspeitos da doença, dois confirmados e, no último sábado (11), foi confirmada a primeira morte por Covid-19 na cidade. Todo esse cenário, no entanto, parece não assustar boa parcela da população. Nesta segunda-feira (13), era grande o movimento na região central.
A aglomeração se deu principalmente em frente a bancos e casas lotéricas, com filas que não respeitavam o distanciamento preconizado pelos especialistas. Em frente à Caixa Econômica Federal, por exemplo, itabiranos enfrentaram uma longa fila que dobrava a esquina já na rua Irmãos D’Caux.
O banco havia suspendido o funcionamento interno desde quinta-feira (9), após uma colaboradora apresentar suspeita de coronavírus. A agência bancária ficou fechada por cinco dias, período quando foi realizada a higienização do ambiente. Em frente ao Banco do Brasil e Bradesco, também havia longas filas. Já nos demais bancos, o fluxo de clientes era menor. Quem precisou estacionar nessa região teve dificuldades para encontrar uma vaga.
Na avenida João Pinheiro, principal centro comercial de Itabira, as lojas permanecem de portas fechadas. Um ou outro comerciante mantém meia porta aberta, mas o cliente não pode entrar. É atendido na porta do estabelecimento. Restaurantes e lanchonetes passaram a investir em marmitex e delivery.
Correios e lotéricas estão na lista dos poucos comércios que não tiveram o alvará temporariamente suspensos. Em uma lotérica localizada na rua Tiradentes, a fila formada do lado de fora chegava quase na esquina da rua Dom Prudêncio. Em outra lotérica, na avenida João Pinheiro, também havia grande fila. Em nenhum dos dois pontos o distanciamento mínimo entre os clientes era respeitado.
No Mercado Municipal Caio Martins da Costa, o “Cobal”, a maioria das lojas está fechada. Nesta segunda (13), permaneciam abertos um açougue, um comércio de frios e biscoitos, uma loja de produtos agropecuários, uma tabacaria e uma loja de calçados. Nos pontos de ônibus também havia aglomeração de pessoas.
Durante o período que a reportagem da DeFato esteve no Centro de Itabira, a Polícia Militar foi vista dando ronda nas vias citadas. Desde o início da pandemia, o 26º Batalhão de Polícia Militar (BPM), em parceria com a Prefeitura, vem desenvolvendo estratégias para orientar a população sobre a Covid-19.