Anglo American x Sindicato Metabase: batalha judicial irá à assembleia

Em live realizada nesta terça-feira, André Viana fez fortes críticas à empresa

Anglo American x Sindicato Metabase: batalha judicial irá à assembleia
Foto: Sindicato Metabase/Facebook

Uma batalha judicial que se estende desde abril deste ano ganhou um novo capítulo nesta terça-feira (6). Por meio de uma live realizada no Facebook, o presidente do Sindicato Metabase, André Viana, anunciou o retorno das negociações entre a instituição e a Anglo American após seis meses de paralisação. Ele diz que a interrupção partiu do Sindicato e se deu pelo fato da mineradora não querer incluir algumas classes de trabalhadores na negociação, sem especificar quais seriam.

Segundo André, foi a Anglo quem decidiu retomar as conversas após ver suas tentativas de acordo individuais com os trabalhadores serem indeferidas. Tudo gira em torno do pagamento das “horas in itinere”, termo latim referente ao tempo levado pelo trabalhador em seu deslocamento para o serviço, tanto na ida, quanto na volta. Tal direito foi extinguido na reforma trabalhista aprovada pelo governo Michel Temer, em 2017.

No momento, o principal ponto de discordância entre as partes se refere aos valores a serem pagos. Na contra-proposta atual apresentada na live, o Sindicato defende que os colaboradores de Conceição do Mato Dentro, Serro, Congonhas do Norte e Alvorada de Minas ganhem, respectivamente, R$ 13 mil, R$15 mil, R$ 17 mil e R$ 20 mil pelos cinco anos trabalhados (2012 a 2016). Os valores variam conforme a distância de cada região para a mina de Conceição do Mato Dentro controlada pela empresa.

De acordo com André Viana, a Anglo deseja pagar R$ 12 mil aos trabalhadores, independente do município, de maneira parcelada, o que giraria em torno de R$ 1 mil por mês. O Sindicato defende o pagamento à vista. Outra proposta apresentada pela instituição itabirana é a redução de 70% do passivo trabalhista da Anglo American, que seria revertido aos trabalhadores.

Além de dar detalhes sobre o imbróglio, que agora partirá para uma assembléia a ser realizada ainda neste mês e sem data definida, o também vereador de Itabira fez duras críticas à maneira com que a Anglo tem conduzido o processo. Ele afirmou que a retomada da negociação não é pacífica e que houve denúncias de assédio moral dos trabalhadores junto ao sindicato, inclusive com ameaças de demissão.

É bom destacar que, caso o acordo seja selado, só terão direito a ele trabalhadores que estiveram na empresa entre 2012 e 2016 e que ainda estão ativos. Quanto àqueles que foram demitidos neste período, o sindicato diz que eles serão procurados assim que a proposta for aprovada.